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(Foto: Tania Van den Berghen/Pixabay) |
Eu ainda era muito novo quando comecei a gostar de voleibol, talvez não passasse de um metro e meio ainda. Nunca fui um fã de futebol, como pede o Brasil. E logo quando decidi me dedicar ao vôlei, eu ouvi de alguém: "joga futebol, isso não é pra homem, vôlei é coisa de mulherzinha!". Não sei exatamente o porquê, mas muita gente considerava que esse era um esporte de mulheres até pouco tempo, talvez ainda considerem.
Bem, se eu estou aqui hoje, 15 anos depois de ouvir algo do tipo, é porque não dei a mínima para essa consideração machista. E descobri que o voleibol é mais do que coisa de mulherzinha, é coisa de super mulheres, dedicadas, guerreiras, mulheres que lutam em quadra não só por seus times, mas por seus direitos.
Eu me apaixonei por elas, me apaixono todos os dias! Dediquei os últimos 6 anos da minha vida quase que diariamente a contar sobre elas, seus destinos, suas decisões, aonde vão, com quem vão, o que pensam, sentem, como lutam. E entendi por dezenas de vezes que elas tiveram seus direitos silenciados.
Por aquele torcedor da arquibancada que falou de uma jogadora de forma sexista, pelo grito do técnico no rosto de uma jogadora. Isso é normal? Nos acostumarmos com as diferenças de salário, menos transmissões na Tv, horários alternativos e um sistema classificatório que determina quem pode jogar aonde, é normal?
Talvez sim, talvez não. A proposta dessa reportagem em uma série de capítulos não é impôr um pensamento ou a minha opinião a vocês, mas servir de objeto para reunirmos algumas histórias e nos perguntarmos: isso é certo?
Afinal, se o valentão do colégio tinha razão e o vôlei realmente é "coisa de mulherzinha", por que elas têm direitos diferentes dos homens? Será que o esporte não é tão "delas" como se pensou? Eu deixo a resposta com vocês, tanto nos argumentos que apresento aqui, quanto àqueles casos que vocês também conhecem.
Essa reportagem é sobre um assunto sério, elaborada quase que integralmente em um momento de pandemia. Ainda assim, ela reúne alguns dos elementos que eu mais amo na vida: o voleibol, o jornalismo e a luta por direitos iguais. A série "Vôlei é coisa de Mulherzinha!" compõe meu Trabalho de Conclusão de Curso da faculdade a que este blog me levou. Não poderia ser mais simbólico do que entregá-la, com todo o amor possível, a um tesouro que eu ganhei nessa vida: um público como vocês. Espero que gostem, de coração.
Boa leitura, senhoras e senhores.
A todo vapor, nós estamos voando!
Gustavo Aguiar
Links dos capítulos
Capítulo 1 - Vôlei é coisa de mulherzinha?
Capítulo 6 - O caso Claudinha e a naturalização do absurdo
Capítulo 7 - O calvário de Alessia
Capítulo 8 - Muito além das quadras
Capítulo 9 - Dias melhores virão!
Parabéns pelo trabalho, Gustavo! Ficou maravilhoso!
ResponderExcluirO que eu mais gostei foram os depoimentos das jogadoras e a riqueza de detalhes para narrar melhor os fatos. Os bastidores do ranking na SL ao longo do tempo são absurdos. E muita coincidência: eu estava vendo matérias em italiano sobre o caso surreal da Orro poucos dias atrás. Bizarro ter acontecido tudo aquilo no ano em que ela conseguiu voltar para a seleção.
Para finalizar, só uma dica: JAMAIS permita de novo que pessoas randômicas façam matérias no blog. Você escreve muito bem e é preciso manter esse nível sempre para atrair cada vez mais leitores. Deu pra ver como o pessoal continua comentando aleatoriamente mesmo que não ocorram atualizações aqui :)
Parabéns, Gustavo! Você é uma inspiração para jovens e aspirantes a jornalistas!
ResponderExcluirParabéns Gustavo! Artigos excelentes! Amo seu blog!!!
ResponderExcluirMudando de assunto, vocês viram o que o ZRG falou sobre a Macris mês passado?
ResponderExcluirhttps://webvolei.com.br/2020/05/ze-roberto-macris-tem-condicao-de-ser-uma-das-melhores-do-mundo/
"– Hoje, acho que a Macris está um passo a frente – disse Zé Roberto, quando questionado sobre a corrida olímpica na posição."
Só falta ele se desapegar de vez da Dani Lins e consertar o erro de Londres com a Fabíola ano que vem (desconsidero a Rio, pq a pastora estava literalmente recém parida na época kkk).
Mas na minha opinião, acho que ainda falta algo mais em Macris. Sei lá, não me passa confiança, talvez a fragilidade no bloque/defesa ou alguns momentos de instabilidade, mas mesmo assim acho justo ela e Fabíola em Tokyo.
ExcluirEu te entendo e tbm sinto isso. O próprio ZRG falou sensatamente nessa entrevista que a Macris precisa melhorar a defesa e isso é fato. Ela saca bem, só tem tbm que acelerar um pouco mais o serviço. E momentos de instabilidade - na equipe nacional, pelo menos - só serão amenizados se a Macris for submetida a todo tipo de pressão. E isso só acontece jogando, não tem jeito. ZRG perdeu dois anos investindo na Roberta e caiu na real apenas ano passado. O ápice da burrice dele foi ter levado a Dani Lins recém parida de titular para o Mundial, aff.
ExcluirAno que vem é a vez da Fabíola. O jogo dela (bolas altas) completa bem o da Macris (bolas aceleradas). Uma tem total condição de substituir a outra em momentos de dificuldade no Japão. Dani Lins já é campeã olímpica e Roberta, se for o caso, fica para Paris. Não tem muito o que pensar. Espero que o ZRG não erre em 2021.
Não tenho certeza se o ze leva macris pra Tóquio, em outra entrevista ele falou que o critério pra convocação sempre foi a performance, mais ele sempre levou levantadoras recém paridas ou seja não foi pela performance na verdade ele tem as jogadoras que gosta e convoca elas estando bem ou não,e ao que me parece o ze não gosta muito da macris.
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