O drama da suspeita de doping que deve tirar Sylla e Antonijevic do Europeu

O exame antidoping da ponteira italiana Miriam Sylla atestou positivo para uma substância chamada clenbuterol (ou clembuterol). O teste foi realizado durante a fase final do Grand Prix em Nanquim, China. Dias depois, a mídia internacional afirmou que a levantadora sérvia Ana Antonijevic também tinha sido flagrada. Ainda não houve acusação formal, mas as duas atletas já estão afastadas de suas seleções. Nesta matéria, falamos um pouco mais sobre os casos:

Ana Antonijevic sofre sob suspeita de doping no Grand Prix (Foto: FIVB)

O que é clenbuterol

Uma substância de uso medicinal, para tratamento de doenças respiratórias. Também funciona como inibidora de gordura e fortalecedora de músculos. Por esses motivos, é proibida entre atletas.

Porque há suspeita de contaminação alimentar

Clenbuterol é usado desde 1980 entre criadores de porcos na China para estimular o crescimento e o fortalecimento da carne do animal. A substância foi proibida pelo governo chinês em 2002, mas o governo admiti também que não consegue fiscalizar toda a sua produção. 52% de toda a carne suína produzida no mundo, é da China, segundo dados da Suinocultura Industrial. 

Em 2011, 19 dos 24 atletas da seleção mexicana de futebol sub-17 atestaram positivo para clenbuterol, durante disputa do mundial da categoria. Na ocasião, 118 dos 209 testes realizados em carnes suínas no México deram positivo. No mesmo ano, a China registrou uma crise com 286 casos de contaminação por ractopamina, substância semelhante ao clenbuterol, com a mesma finalidade. Na ocasião, a seleção de futebol da Alemanha proibiu seus atletas de consumirem carne suína na China.

As posturas das federações

No caso de Sylla, a FIPAV (federação italina) demonstrou total apoio e confiança na atleta, pedindo uma contra-prova do exame, alegando ainda quantidades insuficientes, evidenciando uma possível contaminação alimentar. A OSSRB (federação sérvia) não postou-se oficialmente sobre o acontecido com Antonijevic. Segundo o portal Zurnal, a OSSRB não admitiu que Antonijevic tenha sido acusada de doping, mas que na verdade, a atleta tem uma lesão no joelho e por isso não treina com a seleção principal.

Adeus, Europeu

Nos dois casos, se acusadas, dificilmente as atletas conseguirão provar inocência antes de 22 de setembro, data da estreia do Campeonato Europeu. Portanto, se acusadas pela WADA (Agência Mundial Antidoping), Sylla e Antonijevic estarão fora do Europeu. A Itália já definiiu a lista final do Europeu e Miriam não foi relacionada. 

Uma torcida pessoal!

Nós acreditamos que a maioria das jogadoras cujo teste antidoping dá positivo, cometem erros e não o fazem intencionalmente. Exemplos disso são Jaqueline Carvalho e Alexandra Klinemann, ambas que já passaram pelo problema. No entanto, ambas não fugiram de suspensão. Esperamos que, caso a acusação seja concluída, Sylla e Antonijevic provem inocência e possam atuar normalmente por seus clubes.

Sylla em atuação no Grand Prix. Até então, italiana está fora do Europeu (Foto: FIVB)