Perdão para Osasco, para Bauru não

Precisamos analisar os resultados das semifinais da Copa Brasil de duas maneiras diferentes. Hoje, excepcionalmente, vou dar destaque para os eliminados. Vamos começar com Osasco que, na minha opinião, merece perdão.

Da mesma forma que critiquei as escolhas da temporada passada prevendo que não daria certo, nesta vejo o time como um dos favoritos. E confirmou isso no turno, perdeu desnecessariamente sim, isso é normal, mas o resultado de ontem merece perdão.

O mesmo perdão que 'concedemos' ao Busto Arsizio arrasado no Italiano e no turno da Champions, o mesmo perdão que o Chemik Police teve no início do Polonês, o triste perdão do surto de covid-19 na equipe.

Eu poderia estar aqui agora relatando como foi tecnicamente o jogo, mas faria sentido, depois de 11 casos afastamentos na equipe por causa da doença há menos de 20 dias atrás? Gabi Cândido, Mayany, Camila Brait e Jaqueline foram algumas das afastadas por 15 dias.

Aliás, Gabi e Jaqueline só foram liberadas da quarentena exatamente no dia 02 de fevereiro, data em que Osasco jogava contra o Curitiba, já que o jogo precisou ser adiado devido justamente às infecções. 

Além das infecções, o técnico Luizomar de Moura e o auxiliar Spencer Lee ainda estão tratando a doença e as últimas informações são de que ambos chegaram a ser internados.

O Praia tem seus merecidos méritos, está crescendo cada vez mais, no seu ápice técnico e físico. Claudinha distribuiu bem e mudou aquele jogo feio cadenciado e dependente de Martinez. Se Buijs mantiver essa crescente e se estabilizar no passe, vai ser difícil parar essa equipe.

Anne Buijs ataca contra bloqueio de Tandara; Praia venceu Osasco por 3 a 0 (Foto: William Lucas/Inovafoto/CBV)


Por outro lado...

O Bauru teve vários problemas, mas o maior deles, ao meu ver, é psicológico. O time parece ter sina de perdedor, de quem não acredita ter força suficiente para chegar a uma final nacional. Como é possível que faça sets tão bons e no terceiro tome um 25 a 11? É inadmissível!

Apesar do 1 a 1, os dois primeiros sets de Bauru foram bons e até Dani Lins, que já critiquei antes aqui, jogou muito. Mas voltamos ao normal no terceiro set. E entendo que Tifanny também ficou afastada por covid-19, que Suelle está se recuperando de lesão, mas olhem para esse elenco!

Qual vai ser a desculpa para continuar perdendo para os grandes? Tifanny teve boa atuação no passe, Rabadzhieva dobrou a segurança desse fundamento no time, mas na hora da decisão no quarto set, a mesma Tifanny cometeu 3 erros - exatamente a diferença do placar.

Bauru defende mal e contra-ataca mal. É bola na rede, bola para fora, no meio do bloqueio... Quando esse time vai entender que pode ganhar uma competição? Até aqui fica no quase, azarão do Rio e azarado com os outros grandes rivais.

O Minas, por outro lado, é extremamente competente. Não tem o melhor elenco do G5, mas lidera a Superliga e se mantém com maior constância. Tem como fator a ser considerado que é um dos times menos atingidos pela pandemia até o momento, com apenas um caso.

Isso soma-se a uma defesa boa, a melhor dupla de centrais do Brasil e a levantadora mais rápida das américas. Capaz de corrigir suas limitações e vencer, com muito menos estrelas do que o Bauru. Há alguns anos atrás, o Minas venceu o Rio em uma final de Sul-Americano e desde então percebeu que poderia vencer, poderia ser campeão. É isso o que falta a Bauru.

Bauru chegou a fazer 25x14 no segundo set, e tomou um 11x25 no terceiro; Minas venceu por 3 a 1 (Foto: William Lucas/Inovafoto/CBV)


Praia e Minas agora fazem um jogo de grandes no maior clássico mineiro. Nessa final sim, poderemos avaliar igualmente os times e tecnicamente.

Comentários

  1. Concordo com o blogueiro, Osasco sofreu demais com os casos de Covid, mas a meu ver é a quarta força da SL, o time foi modesto demais nas contratações, deveria ao menos ter contratado uma ponteira porradeira, todos sabemos que Jaque sofre no ataque, Gabi Cândido e Tainara são inconstantes e imagino que sentirão o psicológico em um jogo de semi ou final de SL e Sonaly é uma boa ponteira, mas para um time que quer ser campeão precisa daquele ALGO a mais.

    Já o Bauru é uma equipe que parece enfeitiçada, sem ganas de vencer, é uma equipe com jogadoras rodadas e experientes que transbordam apatia e irresponsabilidade. Dificilmente passarão de uma semifinal e para próxima temporada se almejam algo mais precisam dispensar Tiffany e trazer uma ponteira no mínimo com responsabilidade e profissionalismo. Essa é a minha opinião!

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    1. Tiffany é um atraso pra Bauru. Ela some a partir do 20o ponto. Uma equipe que quer títulos não pode depender dela.

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  2. Enquanto contarem com Tiffany e Claudinha (Paulo Coco) em seus "elencos", Bauru e Praia sempre serão essa chacota nacional. Menção especial: Luizomar no Osasco.

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  3. E um acréscimo: Rabadzhieva fez péssima partida. E a questão da falta de ritmo não cola, pois veio com ritmo do chinês e veio ao Brasil na temporada passada sob as mesmas circunstâncias.

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    1. Rabadzhieva é uma boa jogadora, experiente, mas não é jogadora pra carregar time nas costas. Ela e a Polina tiveram algumas chances em times fortes da Europa, mas não se firmaram, acho que porque realmente falta alguma coisa nelas, "sangue nos olhos", sei lá.

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  4. O Jefferson Arosti se precipitou. Tirou a Gabi Cândido, mas deveria ter tirado a Tainara. E a Roberta entregou o segundo set pro Praia quando levantou seguidas bolas pra Jaque que estava sem ritmo e só levando tocos. Tandara errando muito e a Kika, que em outros anos costumava entrar bem nas partidas pra fazer o fundo, vem muito mal nesta temporada, não só nessa partida. Naquele torneio Super 8 que fizeram em Saquarema no início da temporada, o Luizomar chegou a usar uma outra ponteira, acho que é Ana Medina o nome, pra sacar e fazer o fundo. Era uma opção. Espero que essa menina e a Sonaly ganhem mais oportunidades.
    De qualquer maneira, Osasco fez um jogo relativamente equilibrado. Como está tendo mais tempo para descansar e se recuperar, espero que faça um bom jogo contra o Minas na terça. Será uma partida muito mais importante, pois é um dos jogos que deve ajudar a definir as posições de Minas, Osasco e Praia na classificação.

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  5. Pra mim um dos problemas desse time é a Dani que depois do 20 ponto some igual a Tiffany..... como pode Adenizia (uma das únicas que tavam virando ao lado da azeri) ficar passagens sem receber bola juntamente com Polina e colocar uma bola pra Tiffany na entrada com Thaisa chegando montada, depois repetir a mesma bola na saída????? O mesmo se aplica a Claudinha na final jogando 3 bolas consecutivas pra Anne na entrada sendo que tinha Carol inteira pelo meio e Garay pela pipe ambas virando tudo que tavam recebendo, sinceramente é de ficar com raiva viu.
    Hoje eu vejo Thaisa, Adenizia e Carol Silva em Tóquio.

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