Como Cuneo, Trentino e Bergamo roubaram a cena da 1ª rodada do Italiano

Uma garantia para quem acompanha o Campeonato Italiano é que em algum momento um time pequeno vai surpreender um grande. O equilíbrio no melhor nacional do mundo é grande e começou cedo nesta temporada. Já tivemos 'zebra' na primeira semana.

O melhor resultado, a meu ver, foi o do Cuneo. Em Florença, casa do bom Firenze, as gatas venceram na estreia por 3 sets a 1. Com muito brilho da capitã Noemi Signorile, que volta à Itália em um time bem menor e já vem mostrando bom serviço. Outro talento do Cuneo é a ponteira Degradi, dona de 20 pontos nessa partida.

Vitória do Cuneo sobre o Firenze surpreendeu (Foto: divulgação)

E o detalhe mais considerável dessa partida é que o time está sem oposta, a albanesa Bici sofreu uma lesão na mão esquerda no início da pré-temporada e a sérvia Stijepic teve problemas para entrar no país. Com isso, sobrou para a jovem romena Ungureanu atuar como oposta.

Nomes menos conhecidos, mas que pararam um time sólido como o do Firenze, que faz bons investimentos mas nunca rende muito e renovou com peças fracas. A oposta Enweonwu, dona de 26 na partida, foi uma das principais contratações. Mas a distribuição da selecionável Cambi é que está sendo complicada... O Firenze não se encaixa!

Enweonwu tenta escapar do bloqueio do Cuneo (Foto: divulgação)

Vice-líder simbólico

Quem passou a semana lá no topo foi o estreante Trentino, que quase ficou de fora da A1. O time foi o último a ser confirmado, após a exclusão do Caserta, e montou um elenco simplório, mirando a A2. E iniciou muito bem, batendo o pequeno Brescia por 3 sets a 0.

O Brescia não teve sua oposta titular, que deve segurar o rojão ofensivo por lá, Nicoletti tem problemas musculares. No Trentino, Piani e D'dodorico foram os destaques, enquanto a boa Angelina foi a maior pontuadora com 16 pelo Brescia.

Emoção do Trentino após primeira vitória na história da A1 (Foto: divulgação)

Sufoco do Bergamo no Scandicci

Barbolinni esteve a um passo de uma vergonha. Com todo respeito ao Bergamo, mas o time hoje tem elenco bem modesto comparado ao time que por várias vezes já conquistou a Europa. Era obrigação do Scandicci vencer com facilidade.

Mas o jogo delas está muito cantado e sem poder contar com Pietrini (além de Malinov), Camera só parecia enxergar Stysiak, dona de 33 pontos. Do outro lado, com ótima distribuição de Valentin, o Bergamo lutou bonito, mesmo desfalcado de Faucette, que só chegou nesta semana. Esperamos ver o Bergamo grande de novo!

Se não fossem os 33 de Stysiak, Scandicci protagonizaria a maior zebra da rodada (Foto: Volley Bergamo)

A redenção do Monza

Teve clássico também! Afinal, o Monza já vem se consolidando como um dos principais times do Italiano. E apesar de vários vacilos, teve uma vitória convincente na primeira rodada. Van Hecke teve uma atuação muito boa na partida e ainda teve Heyrman e Orthamnn brilhando muito. Claro, não dá para não elogiar o excelente trabalho de Orro na distribuição.

Sem poder contar com Escamilla (não foi dito o motivo) e com Gray recém-chegada à Itália, o Busto sobrecarregou a ótima Mingardi, além de Gennari. Digo e repito para o futuro da Itália: Gennari está cada vez mais eficiente, tanto no passe quanto no ataque.

O primeiro rugido em Villorba

Eu tenho a impressão que às vezes o Conegliano faz certo corpo mole, tamanha é sua superioridade técnica. Casalmaggiore até começou bem e levou o primeiro set, em uma parcial pau a pau. Durou pouco tempo e as panteras atropelaram nos sets seguintes.

Mais um grande jogo de Wolosz, sem comentários. Notem a precisão com que ela escolhe poupar e usar Egonu. Sigo completamente surpreso com as apresentações de Adams, dona de 18 pontos nessa partida, perdendo só para os 25 de Egonu e os 20 de Rosamaria.

Casalmaggiore precisa de mais efetividade das centrais, seu jogo não pode ser condensado a 42 bolas para Rosamaria, 31 para Vasileva e 9 para cada uma das centrais. Se o time quis apostar em Bajema, é hora de efetivá-la, Partenio é fraca no ataque. Tudo isso seria superável em Casalmaggiore se seu meio não fosse extremamente fraco.

Jogo Morno

Só assim podemos definir o confronto entre Perugia e Chieri. O Chieri ainda deu seu nome, fez o seu melhor, que já não é grande coisa. Quem se destaca é Villani, ponteira, 16 pontos e 55% de eficiência. Grobelna fez 12, atuação fraca, 41% de aproveitamento.

O Perugia fez um jogo horrível, perdido, muitas substituições, ataque totalmente inefetivo, muito feio, muito confuso. Ortolani, uma das principais contratações da equipe, simboliza o resultado: 6 pontos em 3 sets, 26% de eficiência no ataque.