Conheça mais do Alemão, campeonato que mais cresce na Europa e abre a temporada de clubes

Começa oficialmente hoje a temporada 2019/2020 para os clubes de voleibol feminino. Quem abre essa edição é a Bundesliga, o Campeonato Alemão, um dos que mais cresce em nível ao redor do mundo e sempre dá trabalho a times grandes.

Krystal Rivers, do Stuttgart, ataca contra bloqueio de Jennifer Geerties, do Schwerin, durante a final do Alemão em 2019 (Foto: reprodução)


Uma prova disso é o desempenho dos dois principais times alemães na última Champions League. O Schwerin, vice-campeão nacional em 2019, derrubou todos os adversários do grupo da morte do Europeu: Conegliano, Scandicci e LKS Lodz caíram diante do azul e amarelo, que por pouco não eliminou as panteras. Já o campeão Stuttgart foi além, chegou às quartas de final e deu muito trabalho para o campeão europeu, o Novara.

No duelo da liga, um acirrado resultado de 3 jogos a 2 separou Stuttgart e Schwerin. Além de seu histórico, é claro, o Schwerin venceu 12 edições da Bundesliga, enquanto o Stuttgart nunca havia vencido até 2019. Essa decisão histórica teve um playoff inesperado, com o pentacampeão Dresdner, que brigava com os dois times pelo título, caindo nas quartas de final para o tradicional Ladies In Black/Aachen.

A temporada será disputada por 11 equipes: Stuttgart, Schwerin, Potsdam, Aaachen, Dresdner, Vilsbiburg, Munster, Wiesbaden, Thuringen, Straubing e Erfurt.

Quem são e como vêm os favoritos?

Allianz MTV Stuttgart

Vai brigar pelo título. Acabou "abandonado" pela ex-selecionável Kathleen Weiss às vésperas do campeonato e sua jovem levantadora titular Piia Kastner (21 anos) está lesionada. Sua expectativa na posição fica com a turca Cansu Aydınoğulları, reserva no Çanakkale na temporada passada. O time também renovou com a oposta Krystal Rivers, baixinha americana (1m80) que é convocada por Kiraly desde 2018.

Martina Samadan deixa o Busto para defender o atual campeão alemão (Foto: UYBA)


A meu ver, sua melhor contratação foi a da croata Martina Samadan, central que se destacou no Europeu e fez uma boa temporada pelo Busto. Outras selecionáveis que estão no elenco do campeão são as ponteiras Celine Van Gestel (Bélgica), Channon Thompson (Trinidad) e Alexandra Lazic (Suécia), além da central holandesa Juliet Lohuis.

Nomes como Sarah Wilhite (Bauru/BRA), Paige Tapp e Jana Poll (Caserta/ITA) deixaram a equipe.

Schwerin SC Palmberg

Apesar de perder a última decisão, o Schwerin parece satisfeito com seu elenco e não promoveu grandes mudanças. É claro que o time sente falta de sua grande jogadora, Louisa Lippmann (agora na China) era quem comandava seus principais títulos. A reserva dela na seleção, Kimberly Drewniok, assumiu esse papel. O Schwerin também tem duas levantadoras de suas seleções: a habilidosa Denise Hanke e a holandesa Britt Bongaerts, aposta de Morrison na última Copa do Mundo.

A holandesa Britt Bongaerts (foto) segue em disputa pela titularidade com a habilidosa Denise Hanke (Foto: reprodução)


O Schwerin vai sentir outra perda: a saída de Jennifer Geerties para o Conegliano. Sua substituta vem da surpresa do último campeonato, o Aachen e é do país vizinho: a holandesa Nicole Oude Luttikhuis. Outra curiosidade é que o time também tem duas selecionáveis na posição de líbero: Anna Pogany, prata da casa e a americana Justine Wong-Orantes, que estava sem clube e assinou com o time alemão.

SC Potsdam

Bronze em 2019, o SC Potsdam perdeu boa parte de seu elenco, como a ponteira búlgara Silvana Chausheva (Soverato/ITA) e a oposta sérvia Marta Drpa (Krasnoyarsk/RUS). Mas o time não ficou parado e buscou bons nomes, inclusive selecionáveis alemãs que estavam no Aachen, a levantadora Denise Imoudu e a central Lisa Grundig. Esperto, foi até a Polônia pegar a levantadora campeã da Orlenliga, a americana Valerie Nichols, que deixou o LKS Lodz. Mas uma de suas melhores contratações é a sensação da Espanha, ela que deu um show no último Europeu e tem só 21 anos, a ponteira Ana Escamilla.

Ana Escamilla é a grande aposta do Potsdam para repetir boa temporada (Foto: Martin Divisek/EFE)

Ladies In Black Aachen

Sensação da última temporada por eliminar um dos favoritos, o Dresdner, as tradicionais Damas de Preto da Alemanha tiveram seu elenco detonado. Claro, fizeram uma campanha acima da expectativa e perderam várias de suas titulares: Grunding e Imoudu para o Potsdam, Guilliams para o Vilsibiburg, Oude Luttikhuis para o Schwerin e Kirsten Knip, a líbero holandesa sem destino conhecido.

Seu grande mérito é ter mantido a levantadora belga Aziliz Divoux e a ponteira holandesa Marrit Jasper, ambas de suas seleções. Uma novidade é Tessa Polder, central holandesa ex-Schwerin. O clube ainda trouxe destaques de países menores como Israel e Noruega.

Sensação da última temporada, as damas de preto perdem Knip (1) e Guilliam (5, ao fundo), mas mantém Marrit Jasper (6) e Aziliz Divoux (Foto: Andreas Steindi)

Dresdner SC

Decepção de 2019, o pentacampeão Dresdner vai entrar com esse peso na temporada 2019/2020. Também perdeu boa parte de seu elenco: Maria Segura (Brescia), Katharina Schwabe (Nantes), Lena Möllers (Villbisburg). Mas duas jogadoras da seleção alemã continuam: a central Camila Weitzel e a ponteira Lena Stigrot. Chegam à equipe a experiente líbero Lenka Durr (do Villbisburg) e a ponteira americana Kadie Rolfzen, do ex-time de Zhu, o chinês Henan.

Titular da seleção alemã, Lenka Durr reforça o sistema defensivo do Dresdner (Foto: Sport1/reprodução)

Outros times

Não dá para cravar que os demais não têm chances de chegar ao topo, como o Aachen provou na última temporada. O Rote Raben Villbisburg pega esse gás de "os menores também podem" e tomou algumas jogadoras de times maiores, como a levantadora Lena Mollers (Dresdner) e a ponteira belga Jodie Guilliams (Aachen).

Munster, Wiesbaden, Thuringen, Straubing e Erfurt não têm grandes destaques e atuarão mesmo com desafiantes. Uma curiosidade é que o VCO Berlin, time da Federação Alemã (DVV) não disputará esta temporada.

Com passagem até pelo Novara, Lena Mollers deixa o Dresdner para atuar pelo Vilsbiburg (Foto: reprodução)

Comentários

  1. Campeonato interessante,várias jogadoras com potencial que buscam espaço no volei mundial estão ai.
    Matéria pfft

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  2. VCO Berlin seria uma espécie de Club Italia alemão?

    Paige Tapp desistiu de ser atleta profissional de vôlei.

    https://www.worldofvolley.com/Latest_news/Italy/105828/ita-w-paige-tapp-informs-filottrano-of-withdrawing-despite-signing-contract.html

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    1. Exatamente.

      VCO Berlin, Club Italia e Paris 2024 são três exemplos de clubes com o mesmo objetivo: fortalecer suas seleções.

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    2. Bem que o ZRG poderia manter o Barueri só com jogadoras novatas depois de se aposentar da seleção, né? /ilusão

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    3. Deixa eu ser justo e citar o Papendal Talents.

      Se dessem ao ZRG um time federado p investir no futuro da seleção ele teria Juciely, Amanda, Suelen, Sheilla, Jaqueline... (com todo respeito a elas)

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    4. É um absurdo o Brasil não ter nada parecido, no mundial sub20 esse ano só 3 ou 4 meninas passaram pela superliga. E falta de dinheiro e estrutura não é, porque mesmo com o "rombo" a CBV ainda é uma das confederações com mais grana(ou deveria ser). E é notável como esses projetos rendem, a própria Alemanha hora ou outra aparece alguma atleta mais jovem e interessante. Eu tenho até medo de atleta jovem na mão do Zé, que sempre adorou uma "pronta", será curioso ver o Barueri na superliga(para o nosso bem espero que renda)

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  3. https://www.worldofvolley.com/Latest_news/SouthAmerica/106262/argentina-loses-battle-colombia-and-chile-host-continental-olympic-qualification-tournaments.html

    Colômbia vai sedir oficialmente o Quali Sul-Americano! Rizola pode fazer história e antecipar o objetivo da classificação olímpica colombiana em 4 anos. O time argentino não tem nada demais e pode muito bem ser batido, ainda mais jogando em terreno hostil. As 'gaúchas' possuem o lado emocional bem frágil. Eu quero ver a arrogante da Nizetich FORA de Tóquio 2020. Sem surpresas, Santiago será a sede no outro naipe e o Chile ganhou a vaga olímpica de bandeja do Brasil e da Argentina.

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    1. Muito boa essa matéria sobre esse campeonato que já está chamando a atenção das grandes jogadoras. Pra mim, depois do italiano e do turco, o alemão já está no mesmo nível do russo. É o terceiro da Europa. Outro que também vejo que tem muito potencial é o polonês. Parabéns pelas informações.

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    2. Obrigado, Gabo! Fico muito feliz por esse retorno =]

      E eu concordo com você. Na última temporada Schwerin e Stuttgart estiveram até à frente dos russos, na minha opinião. Agora o campeonato delas será reforçado, com a chegada de nomes como Carlini, Fabris e De La Cruz, aí sim subindo um pouco de nível.

      O polonês, por outro lado, cai cada vez mais. Nem suas estrelas estão mais na liga, Wolosz e Skorupa já haviam saído há mais tempo, Smarzek e Kakolewska na temporada passada, Stysiak neste ano.

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  4. Excelente matéria, grande e nobre Gustavo!!
    Mas para mim, esse campeonato ainda precisa de muito feijão rsrsrsrsrs

    Fiquei pensando aqui como diabos deve ser o campeonato holandês..... Várias jogadoras boas e não tem time na Champions......

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    1. Obrigado mais uma vez, Daniel! =]
      Ainda não é um campeonato tão bom como o italiano, mas tá indo bem hahaha.

      Quanto ao holandês, é realmente muito fraco. As jogadoras de nível intermediário da Holanda vão para o alemão, como algumas que eu citei no post: Jasper, Bongaerts, Knip, Oude Luttikhuis.

      E as estrelas da seleção, claro, já passaram por lá: Buijs (Schwerin), Sloetjes (Munster e Schwerin), Dijkema (Dresdner), De Kruijf (Dresdner). O mais alto grau de profissionalismo holandês começa na Alemanha e sempre foi assim. Curioso, né? Claro, serem vizinhos ajuda bastante haha.

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    2. Laura tbm jogou por SCU Emlichheim, VfB Suhl e Munster na Alemanha.

      Knip foi para o Alba Blaj da Romênia.

      https://www.worldofvolley.com/Latest_news/Othercountries/106228/rou-w-alba-replace-libero-one-week-prior-to-season-start.html

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  5. Alguém sabe informar o por quê da ótima líbero Lenka Durr não ter participado dos últimos campeonatos pela seleção alemã? Se aposentou da seleção?

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    1. Ela anunciou sua aposentadoria da seleção em julho, alegando que precisa cuidar de sua saúde porque quer jogar voleibol por muito tempo ainda. Se não me engano, ela tem 30 anos.

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    2. Eu tbm não entendi pq ela não jogou o PO e o Europeu, mas participou da VNL.

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    3. Ela faz 29 em dezembro, muito cedo para uma líbero se aposentar.

      Muito estranho ela postar no instagram dia 5/7 que o sonho da vida seria disputar uma Olimpíada e em 11/8 falar que encerrou a trajetória na seleção nacional.

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    4. Lembro dela não ter ido ao Europeu, quando a Pogany jogou.

      Nesta matéria de julho pós VNL ela fala sobre a aposentadoria: http://bit.ly/2oL5RPZ

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  6. Esqueceu de mencionar a Myrthe Schoot que é ótima é permanecerá no Vilsbiburg.

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    1. Siiim, deixei ela de fora só por ter renovado mesmo, aí dei destaque às chegadas, no caso da Mollers e da Guilliams.

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  7. A Chrsitianne Furst também está aposentada,né?Ela foi a melhor central alemã disparada dos últimos ciclos.Um dos melhores momentos da seleção alemã foi com Brinker,Kozuch,Furst e Durr no elenco

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  8. Sobre o quali sul-americano a Colômbia é muito mais merecedora que a Argentina pra ir a Tóquio.O Rizola está lapidando o voleibol do país e moldando muitas jogadoras talentosas como por exemplo a Amanda Cuneo,Maria Alejandra Marin,Margareta Martinez e Dayana Segovia.A seleção argentina tem menos volume de jogo do que a colombiana e também tem um ataque menos técnico do que a equipe de Rizola.

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    1. Argentina só chama atenção a Meyer, super talentosa e bem jovem. Seria um bom nome por aqui na superliga e não deveria ser "cara" o resto é realmente nada demais, Colômbia tem um conjunto bem mais interessante e um voleibol mais bonito de se assistir!

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    2. Vamos todos torcer pela Colômbia em janeiro <3

      Eu lembro que o primeiro set da 'final' do Sula 2017 em Cali foi bem tenso e o Brasil ganhou a parcial na margem mínima de 25 a 23. A torcida colombiana empurrou muito o time contra a gente. Espero que a pressão contra as argentinas fubás seja mil vezes maior no Quali Olímpico.

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  9. Rivers nunca teve uma grande chance na seleção americana, né? Uma pena...Kiraly, tsc, tsc.

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