Uma situação bizarra prejudicou a seleção da Turquia no Qualificatório Olímpico de Ningbo, quando seu principal adversário era a China. Por decisão da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), a ponteira Meliha Ismailoglu foi impedida de participar do torneio por problemas com sua nacionalidade, já que a jogadora é bósnia naturalizada turca.
A medida é comum por lá: o país é pequeno e tem pouco investimento no esporte. Gigantes como Sérvia e Turquia, geograficamente próximos, sabem disso. Em uma dessas investidas, a Turquia apostou em Meliha Smajlovic, que deixou o país aos 18 anos de idade para naturalizar-se turca. Mudou também seu sobrenome, Smajlovic para Ismailoglu, mais próximo do idioma do novo país. Em seu novo país, Meliha Ismailoglu começou atuando pelo voleibol de praia em 2013, chegando à seleção turca em 2014.
Meliha Ismailoglu enfrenta drama frente à FIVB por naturalização (Foto: Dominique Schreckling/GetSport Media) |
Naturalização é um direito!
Os motivos que levaram Meliha a trocar de nacionalidade podem ser pessoais ou profissionais, mas isto é um direito dela assegurado pela FIVB. No manual de regulamentações da instituição é determinado que todo atleta pode mudar de federação uma vez na carreira, desde que cumpra alguns requisitos, como por exemplo, viver no país a que se destina a naturalização há mais de dois anos.
O problema com Meliha é que ela foi uma das primeiras "cobaias" de uma nova regra da FIVB: a chamada "carência". Até julho de 2012, todos os atletas poderiam se naturalizar sem qualquer tipo de prazo. Foi assim que Nataliya Goncharova deixou a seleção adulta da Ucrânia em 2009 e apresentou-se à Rússia em 2010 e Brankica Mihajlovic deixou a seleção adulta da Bósnia em 2011 para atuar inclusive nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
Brankica Mihajlovic foi autorizada a jogar as Olimpíadas de Londres meses antes de seu início, precedente perigoso para a FIVB (Foto: reprodução) |
O novo regulamento
Enxergando essa possibilidade entre as confederações, a FIVB resolveu intervir. Coincidência ou não, em julho de 2012, dois meses após aprovar a naturalização de Mihajlovic, a FIVB publicou o novo regulamento em que tornava obrigatório o prazo de dois anos sem atuar pela seleção da federação atual, caso o jogador quisesse trocar de federação. Se aplicada antes, essa regra não permitiria que Mihajlovic e Goncharova atuassem por suas seleções de imediato, assim como outras naturalizadas no passado, como Victoriia Ravva (Geórgia/França), Taismary Aguero (Cuba/Itália) e Carolina Costagrande (Argentina/Itália).
Mas note que jogadoras como Tijana Boskovic (Bósnia/Sérvia) e Kaja Grobelna (Polônia/Bélgica) trocaram imediatamente de federação sem cumprir carência. Por que? A carência só é necessária quando se atuou por outra seleção, em qualquer categoria selecionável. E é aí que Meliha tem problemas: ela já defendeu a seleção bósnia de juniores. Esse caso a coloca na mesma categoria de Mihajlovic e Goncharova, aqueles casos em que a jogadora é a única naturalizada do time e só pode ter uma. Na Rússia isso custou vaga a Anna Makarova, ucraniana naturalizada russa que acabou substituída por Goncharova.
Jogadoras que nunca defenderam a seleção do país em que nasceram não precisam cumprir carência; é o caso de Kaja Grobelna (foto) e Tijana Boskovic (Foto: CEV) |
Então, o que aconteceu com Meliha?
Essa é a grande questão. Provavelmente Meliha Ismailoglu solicitou a naturalização ainda em 2012, após a instituição do novo regulamento, tendo sido aprovada em 2013. Mas a FIVB só percebeu isso em 2019, 6 anos depois... E é isso que deixou Giovanni Guidetti irritado, com absoluta razão: se Meliha tivesse que ser "banida", teria sido de 2012 a 2014 - nós já passamos quase dois ciclos depois disso!
Esse processo é grave e complicado. Se Meliha estava inelegível para disputar competições pela Turquia, todas as colocações dela com a seleção serão subtraídas? Isso seria assumir um erro de mais de 6 anos! Se não, a FIVB errou ao tirá-la do Pré-Olímpico? Mas isso beneficiou a China, não? O caso de Meliha segue indefinido e a Federação Turca (TVF) recorre à FIVB.
Independente do ano e da nacionalidade, tudo o que podemos afirmar é que a FIVB errou. E errou feio! Seria plausível assumir esse erro, custe o que custar, e devolver a Meliha Ismailoglu o sonhado direito de defender sua seleção, assim como foi dado a tantos outros. Afinal, sonhos são construções, como casas. E quando você conquista seu espaço, ninguém deve te tirar de lá...
Meliha Ismailoglu (9) antes do hino da Turquia (Foto: FIVB) |
Meliha Ismailoglu INJUSTIÇADA,com certeza. A FIVB é corrupta e,com certeza, foi comprada pela "máfia chinesa". A CHINA foi crocodila e esperou a véspera do Pré-olímpico para dar essa rasteira na Turquia. A China não precisava de jogar sujo desta forma para se classificar. A FIVB tem o dever de reintegrar urgentemente Meliha Ismailoglu à seleção turca! Isso é um absurdo! Outro grande absurdo foi LEAL ter jogado o último jogo por Cubo lá em 2010 e só ser liberado pra jogar pelo Brasil em Abril de 2019. A FIVB tem atitudes pra lá de ridículas com esses seres humanos injustiçados!
ResponderExcluirNo caso do Leal, eu sei te explicar. Ele só se naturalizou brasileiro em 2015 e só em 2017 pediu a troca de federação, da cubana para a brasileira. Foi por isso que a FIVB só autorizou em 2019...
ExcluirNa verdade, no caso do Leal foi um "erro" da Federação cubana, que enviou um formulário incompleto para a Federação internacional em março de 2016, o que só foi resolvido em abril de 2017. Ou seja, logo que conseguiu se naturalizar (em 2015), o Leal iniciou o trâmite com a Federação cubana. Se eles tivessem feito tudo correto, ele estaria apto a jogar em março de 2018 (dois anos após o envio do primeiro formulário). Mas como erraram e demoraram a corrigir, só foi liberado em abril de 2019. Novamente, por um erro alheio, quem sofre é o jogador...
ExcluirEu não conheço a fundo a história do Leal, mas pelo que sei, a Federação Cubana {que nunca responde aos meus e-maisl} tinha que liberá-lo para ele ser aceito na CBV. Senão, a FIVB não poderia fazer nada...
ExcluirSendo a entidade máxima do vôlei mundial e tendo o Sr. Ary Graça como presidente, tudo de anormal pode acontecer. Ele e o Sr. Cristóban, dominicano, presidente da Norceca são inescrupulosos.
ResponderExcluirNão me surpreende essas histórias macabras e tendo a China como o novo eldorado do vôlei, tem muita sujeira debaixo deste tapete imundo.
Aguardem as cenas dos próximos capítulos!
Excelente post. Além de muito bem exposto e explicado, a sua conclusão é irreparável.
ResponderExcluirCaso a atleta tenha, de fato, começado a jogar antes do que impõe a regra, a solução dada pela FIVB foi completamente equivocada. E as razões são várias.
Primeiro, ela não pode ser prejudicada por um erro da própria federação. Aliás, tampouco a equipe, os torcedores e os adversários podem ser prejudicados por um erro da federação.
Segundo, ela claramente não teve o direito de se defender de maneira adequada, já que a decisão foi tomada repentinamente.
Terceiro, a regra não prevê que o jogador será, a qualquer tempo, proibido de defender a nova seleção por dois anos, mas sim que terá de esperar dois anos para fazê-lo.
Quarto, e pior, o próprio objetivo da regra acaba totalmente desvirtuado. Se a intenção era impedir que decisões desse tipo surtissem efeito imediato beneficiando uns e prejudicando outros, o que aconteceu foi exatamente isso: a China saiu beneficiada por essa decisão de véspera!
Acabaram criando mais um gravíssimo precedente: a possibilidade de usar o regramento para manipular o desempenho de uma seleção, e até mesmo o resultado de um torneio importante.
E isso é exatamente o oposto do que o esporte de alto rendimento se baseia.
Uma injustiça tremenda.
Primeiramente, muito obrigado pelo comentário. Eu fico muito feliz quando vocês elogiam uma matéria minha <3
ExcluirNo demais, só reforço e concordo com tudo o que você disse. Que tipo de decisão é essa tomada dias antes de um qualificatório olímpico? Por que essa gravidade em tirar a Ismailoglu de quadra?
Ficou bem bizarro.
Tem um site russo em que os donos tem uma obsessão por Jaqueline. Sempre postam fotos dela. É a única brasileira que eles vivem enaltecendo via fotos. Há fotos de Jaqueline em poses diversas. Já colocaram ate fotos dela em praias. Nunca se referem a Murilo. "Jacqueline" sempre aparece como se fosse solteira! Acho que esses caras deste blog tem um amor platônico pela pernambucana. Imagine se ela fosse assinar um contrato em club russo! Não o Moscow ( porque Goncharova não aceitaria nunca). Acho que ela faria sucesso em terras russas! Outras que aparecem por lá são as beldades russas. As russas odeiam a Jaqueline! Mas,certamente, neste site os produtores idolatram a jogadora do Brasil e essa pessoa deve ser apaixonado por ela mesmo! lembrou ate de seu niver!! Será que é um loiro também? Jaqueline deveriam jogar mesmo no exterior! acho que faria muito sucesso. Ele já colocou uma foto dela com a camisa do Osasco e antes de ontem colocou uma foto da Jaque vestida com um colante preto e botas pretas e shortes curtos!! É uma obsessão!
ResponderExcluirJaqueline é um mito, pra mim jamais haverá uma jogadora tão espetacular como Jaqueline, seu passe é esplendoroso e se vira no ataque, a última atuação dela na SL na temporada 2017/2018 foi de encher os olhos, acho que fez 22 pontos na derrota do Barueri para o Osasco, quem é Piccinini diante da deusa Jaque, que além de tudo é um amor no insta, sempre responde nossos comentários, elas e a minha outra deusa Fabíola, amo essas duas.
ExcluirP.S.: Morro com o recalque das outras jogadoras com a Jaque, elas nunca curtem as fotos dela, só Thaísa, minha bebê Fabíola e a linda Suelle são as que curtem vez ou outra. Hilário foi o dia em que ela colocou uma foto e a imagem da Sheilla ficou ofuscada, a oposta de imediato a cornetou. Adoro ver tretas de jogadoras. JAQUELINE é o MÁXIMO, as outras deveriam ser mais agradecidas, afinal o ouro em Londres devemos principalmente a três jogadoras: Sheilla, JAQUE e Thaísa, sem contar a técnica motivacional Adenizia. #ressuscita-me #jaqueemtokyo2020
Um adendo: esqueci de creditar o nosso ouro as pessoas mais importantes: as CHICLETEIRAS. Amo e "odeio" essas rainhas SEM-OURO.
ExcluirTchauzinho Smajlovic, beijos Guidetti, toma suco de maracujá que passa ♥️
ResponderExcluirIsmailoglu foi claramente injustiçada e a culpa é da FIVB(presidida por um brasileiro). Mesmo que nós brasileiros não tenhamos simpatia pela seleção turca não significa que devemos compactuar com essas injustiças dentro do esporte!
ExcluirNada ver esses comentários sobre a Jacque..a matéria e sobre o caso da turca e o povo falando de Jacque etc..aff
ResponderExcluirSimplesmente, porque dez Ismailoglus não dão meia Jaque em fim de carreira. #jaquesuprema
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