Skowronska: seleção, atrasos de salário e Rio 2016

O jeito meigo e a beleza da oposta polonesa Katarzyna Ewa Skowronska-Dolata escondem uma mulher forte e decisiva. Mais conhecida como Kasia, a experiente jogadora de 31 anos tem passagens pela Itália, China, Turquia e mais recentemente pelo Azerbaijão. Em todos esses países ela conquistou títulos. 

Em entrevista dada no dia 09 de abril ao site Przeglad Sportwowy, a jogadora falou sobre a seleção, o Rabita Baku e o sonho de jogar Rio 2016. Confiram a entrevista:





Você conhece Jacek Nawrocki, o novo técnico da seleção feminina polonesa? 
Skowronska: Nos falamos uma vez durante o Campeonato Mundial de Clubes no Qatar. Ele é um bom homem de grande valores pessoais. Eu não o conheço como treinador, segui o seu trabalho com SKRA e eu sei que foi bem-sucedido. Estou ciente de que ele colaborou com muitos bons treinadores e isso também é digno de atenção.

Você quer estar no grupo treinado por Jacek Nawrocki? 

Skowronska: Há uma chance de eu participar dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Pensei sobre o meu retorno à equipe nacional, especialmente desde o ano passado em que não participei. Eu definitivamente estou aberta para voltar e lutar pelas Olimpíadas.

Enquanto houver uma chance de ir ao Rio, você jogará? 

Skowronska: Eu estou muito feliz por ter jogado no torneio olímpico de Pequim. Foi um sucesso do nosso treinador Marco Bonitta que agora é por muitos "especialistas" desacreditado. Eu adoraria ir para a próxima Olimpíada, ainda no auge do esporte, é o sonho de muitos atletas. Eu estou sentindo falta da sensação de sucesso e eu gostaria de voltar para a época de ouro. Eu acho que nós temos muitos talentos. Treinadores estrangeiros me perguntam: como é possível que, com tantas possibilidades, tantas grandes jogadoras, a Polônia não tenha sucesso?.

Exatamente. Como é possível que, pelo menos na Europa, a seleção não está lutando por medalhas? 

Skowronska: Gostaria de saber também o porquê. Comparando a Polônia com a Bélgica, penso que nossas oportunidades são maiores. As belgas tiveram progressos, como a classificação da maneira mais difícil nas eliminatórias do Mundial. Elas nos fizeram perder porque elas foram melhor organizadas. Espero que alguém possa nos unir, porque um navio sem um bom capitão não vai fluir como deve. Eu sei que existem jogadoras em quadra, mas um técnico cria uma equipe.

A data da entrevista antecede o título do Rabita Baku:

Você começa com o Rabita Baku a luta pela medalha de ouro no campeonato do Azerbaijão dia 10 de abril na final contra o Lokomotiv Baku. Quantas vezes nesta temporada vocês jogaram contra? 
Skowronska Eu não me lembro, mas muito pouco e apenas uma vez perdemos. Espero ganhar duas vezes e chegar ao ouro. Queremos acabar com isso no domingo e não esperar o terceiro jogo na terça-feira. Eu me pergunto o que pode acontecer, porque nós pensamos que jogaríamos com o Azeryol Baku já que este era o time favorito dos presidentes e juízes. No entanto, o Lokomotiv jogou muito bem e não ajudou o Azeryol. O clube mais impopular na liga é o Rabita. Eu não sei por que isso acontece, provavelmente por ter vencido sete vezes seguidas o campeonato nacional.

Por que não alcançaram o sucesso nas competições europeias? 
Skowronska: Várias coisas contribuíram para isso. Algumas transferências provaram ser um fracasso, tivemos problemas internos e tudo acabou de forma diferente do que deveria ser. Na Liga dos Campeões a derrota para o Projestov não deveria ter acontecido. Perdemos também em casa, para o Chemik Police, porque jogamos como um time fraco. Nosso jogo escapou e não pudemos controlá-lo. Portanto, tudo o que aconteceu é nossa responsabilidade.

 Você já está no Rabita a mais de dois anos... Você já sabe o que eu quero perguntar. 
Skowronska: Eu sei que eu passei do segundo ano em Baku. Ainda não quero dizer que eu estou saindo, porque o torneio não acabou.

Durante a temporada, você quase saiu para jogar na Itália. Por quê? 
Skowronska: Após a eliminação da Liga dos Campeões houve um terremoto no clube. Entendemos que cada uma de nós poderia ter um lugar para ir antes do fechamento da janela de transferências, portanto, a ideia da Itália. Além disso, o clube teve atrasos nos nossos pagamentos, assim eu poderia rescindir o contrato. Mas tudo resolvido e estarei aqui até o final do contrato.

Como está sua saúde? Eu pergunto porque você fez menos jogos do que em temporadas anteriores. 

Skowrońska: Não tenho do que reclamar. Eu espero me manter até o fim da temporada sem lesões. E essas partidas não foram tão poucas, acabamos de participar de 2 copas (Champions e CEV).  A liga Azeri é específica por ter apenas cinco equipes, todas em Baku. Isso é um problema, não temos que sair daqui e eu gosto de viajar. E aqui o tempo me sinto como em uma bolha. Muitas e muitas vezes nós jogamos contra as mesmas equipes, nos vemos sem parar, os mesmos rostos, sabemos de cor. Estou ansiosa para o fim do campeonato, gostaria de voltar para casa.

E o que vem a seguir? Esperando equipe. Em maio, em Baku será realizada jogos europeus. Lá você vai voltar com a equipe nacional? 

Skowronska: Dois meses atrás falei com o representantes do vôlei polonês. Mas não posso dizer nada porque não havia nenhum treinador. Agora tem, mas ainda não sei. Eu não vou entregar a declaração porque eu não sei se serei convocada. Por enquanto treinarei para a final e esperarei por decisões.

Você acredita que a Polônia poderia ter um treinador estrangeiro? Melhor? Algumas jogadoras disseram que sim. 

Skowronska: Não falei sobre o assunto antes e não vou fazê-lo agora. Afinal nós já temos um treinador. Digo que seria tolice, eu não vou atirar no próprio pé.

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