Obrigado e desculpa, Didi!

Asssim como todas as suas companheiras de equipe, Deja McClendon acordou cedo todos os dias para treinar. Deixou sua família nos Estados Unidos, deixou o noivo em outro continente e veio se aventurar no Brasil. Até ontem (17), quando se despediu às lágrimas do Itambé Minas. 

Deja McClendon se despediu chorando do Itambé Minas (Foto: Orlando Bento/MTC)

Corrigindo um erro com outro

O Minas agiu como uma empresa, não fez nada ilegal e Rabadzhieva deve acrescentar muito mais do que a americana. Mas do ponto de vista ético, do que esperamos em uma relação empresa e funcionário, não é bonito. 

A demissão podou oportunidades de McClendon. A jogadora vai receber todo o seu contrato e isso não é menos do que obrigação do Minas, não é favor. Mas pode ficar o resto da temporada sem atuar e ainda carrega o estigma de "demitida por mal aproveitamento". Isso pode prejudicar seus contratos na temporada seguinte, vale lembrar que essa é atual ocupação da americana. A demissão atinge sua imagem (e os atletas têm contratos de trabalho e imagem com os clubes).

Ela não foi bem? Eu acho até que ela foi bem melhor do que o esperado! Na única vitória do Minas sobre seu arquirrival Praia Clube na temporada ela fez 23 pontos. E sobre aproveitamento, nós nem estamos falando do Sesi Bauru que tem uma campanha decepcionante, mas do Minas que tem apenas duas derrotas na Superliga. 

McClendon foi a maior pontuadora do Minas na vitória contra o Praia Clube no Mundial, superando inclusive a dominicana Martinez (Foto: FIVB)

Normal no exterior? Nem tanto

Vejo também pessoas dizendo que isso é normal no exterior. E eu diria: nem tanto. Vocês conseguem me citar pelo menos 5 casos atuais na Europa? Bem, não vale o Caserta e o surto de Nicola Turco. Demitir Gray sendo a sexta maior pontuadora do Italiano e alegar mal rendimento é contraditório, certo?

Isso é comum lá na Ásia, especificamente na Coreia do Sul porque quem pontua são as estrangeiras. Isso já aconteceu por lá, por exemplo, com a Sarah Pavan. Mas convenhamos: eles nunca contrataram uma atleta da segunda divisão italiana esperando que ela resolvesse os problemas do time, né? 

No exterior isso acontece mais em times pequenos. Vejam os casos de Mia Jerkov no Fenerbahçe, Annie Mitchem no Scandicci e até mesmo Mari Paraíba no Minas. Não renderam tanto quanto o esperado. Foram demitidas? Não.

Não é comum por aqui (e que continue não sendo)

O problema no Brasil é o número de estrangeiras no Brasil, dois, mas mesmo assim demissões nunca foram comuns por aqui. O Rio teve Courtney Thompson e Anne Buijs jogando abaixo do esperado e elas não foram demitidas, a mesma coisa sobre Kim Glass e Bailey Webster no Praia Clube e sobre Nadja Ninkovic no Osasco. 

Esperamos que essa atitude continue sendo rara, pouco comum. Não é bonito ver alguém sendo demitido, em nenhum âmbito. Quando é alguém que deu mais do que o seu melhor, lutou com garra e humildade e ainda sai agradecendo, é pior ainda. 

Claro que todos queremos ver em quadra o melhor tecnicamente, o voleibol mais bonito e as atletas do mais alto escalão do nosso esporte no mundo. Mas isso perde um pouco do seu brilho quando nos esquecemos que estamos trabalhando com seres humanos, expectativas e sonhos.

A Deja McClendon, nosso muito obrigado e desculpas, por tudo, Didi!

Levantadora Macris chora ao abraçar McClendon (Foto: Orlando Bento/MTC)

Comentários

  1. Perfeito. Exatamente a minha análise sobre esse assunto. É legal, mas não é moral. Isso porque o Minas terminou o turno em terceiro, mas chegou na ultima rodada com possibilidades de terminar em primeiro. Agiram com a Didi como se o time do Minas tivesse fazendo uma péssima campanha, coisa que não aconteceu. O Minas surpreendeu positivamente. Ninguém esperava lá no começo da temporada, que o time fosse ficar competitivo com esse elenco. Todo mundo cotava o Praia, Sesc, Osasco e o Sesi com times melhores, ou seja, o Minas como quinta força, e elas terminaram em terceiro no turno. Espero que levem um tombo no returno e terminem em quinto ou sexto lugar. Não dá pra achar esse tipo de procedimento que fizeram com a Deja legal, normal, uma coisa de empresa, não é, time de vôlei não é empresa que visa lucros. A mentalidade deve ser outra.

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    1. Time de vôlei não é empresa? Não visa lucro? Quantos anos vc tem? 5?

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    2. Perfeito, Eu. Ninguém merece esse pessoal que vive em um mundo utópico. A realidade sempre se impõe e te dá várias tijoladas na cara para se adaptar ou ser engolido por tudo que te cerca.

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    3. Pergunta ao Luizomar se não da lucro. Ou porque vc acha que ele não larga o time de Osasco. Faz uma auditoria...vai aparecer cada coisa....né Luizomar que a tempos não ganha nada nem o paulista.

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  2. Engraçado que antes dessa decisão do Minas eu só via e lia críticas à jogadora, em sua maioria críticas pesadas e desrespeitosas. Com a sua demissão vejo agora muita hipocrisia. A jogadora Didi realmente parece ser um amor de pessoa, mas acho que o grande problema foi o limite de estrangeiras no Brasil o que impossibilitou de mantê-la e contratar outra. Ela supera, e tem um namorado bem gato, colo não irá lhe faltar.

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  3. Esperando os idiotas haters do Osasco que criticaram o clube quando achavam que a demitida seria a Casanova.

    Vi a cena hoje pelo YouTube e foi de partir o coração, mesmo sendo uma atleta de segunda linha, Deja não merecia passar por uma situação dessas, pessoas de baixo autoestima se abalariam, mas ela parece ser uma pessoa forte e de ótimo caráter.

    Longe de mimimis, mas é no mínimo estranho ver que o Minas se tornou um time branco, primeiro Mayany e Mara, depois Deja, Leia será a próxima?

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    1. Sempre tem um para se escorar no race card, que preguiçazzz.

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    2. Dá preguiça mesmo anônimo. Onde já se viu a jogadora ser demitida por não entregar o que se propôs a fazer e o pessoal culpar o clube ou até mesmo o famigerado race card

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    3. Exato, Eu. Não tenho paciência para esse tipo de vitimismo. O fato de a Deja ser negra não tem absolutamente nada a ver com a demissão dela, pelo amor de Deus. Se fosse assim ela nem seria contratada, pra começo de conversa LOL.

      Mara e Mayany saíram do Minas pq perceberam - com toda razão - que mofariam no banco durante a temporada inteira. Léia segue firme e forte na equipe, wtf? kkk

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    4. Eu, retardad0, como ce afirma que a jogadora não entregou o que se propôs a fazer? Aposto que ela deu o seu máximo em todos os jogos que atuou. BABACA!

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  4. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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    2. Anônimo acima, desculpa, eu removi seu comentário sem querer. Era pra ter apagado o do perfil acima que eu sou capaz de apostar quem é hahaha

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  5. Foi horrível... Isso trará consequências muito negativas para o futuro dela em geral.

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  6. Nossa me emocionei muito com a despedida da Deja :'(

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    1. Bem eraram e estão errando de novo mandaram jogadoras de grande espresao e não fizeram nenhuma contratação de peso a próxima temporada não espero nada bom pô acosta Bruna Honório outras e brincadeira o que fizeram com o time do Minas vamos ser caixa de bancada dos aniversários cadê as grande contratações

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  7. Concordo com o blog. Tudo dentro da lei e da normalidade no mundo dos negócios, mas no que envolve a parte lúdica do esporte foi feio. O nosso lindo esporte não precisa de atitudes como essa. Tinha muita simpatia pelo Minas, mas nessa temporada não terá mais minha torcida. Sabe ranço?!

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    1. Qual seria a parte 'lúdica' do esporte? Kkk Ao assinar o contrato, a atleta estava completamente ciente de que poderia ser demitida a qualquer momento. Saiu do clube com todos os direitos garantidos. Logo, vida que segue para ambas as partes.

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  8. Eu discordo muito! Acho que uma boa atuação numa determinada temporada, não qualifica pra próxima. Portanto, ela pode muito bem se encaixar em outra equipe. O Minas além de garantir o contrato dela, ainda procura um clube pra ela atuar na Polônia, onde tem seu noivo.

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  9. Nossa, vocês alimentam os unicórnios de vcs com Nutella né? Por isso que o vôlei tem o pouco destaque que tem

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    1. Nossa, como vc é nada a ver!

      Aposto que é o mesmo que fica ofendendo jogadoras no FB e no IG com seus fakes e o mesmo que foi lá no meu perfil pessoal dizer que eu odiava a direita kkkkkkkkk

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Gustavo, não te conheço e não fiz nada que você escreveu acima. Apenas sigo o blog, li sua opinião e as dos demais e expressei a minha. Algum problema nisso?

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    4. Nenhum, se você souber fazer isso com educação e com respeito a todo mundo que comenta aqui.

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    5. Me mostre onde fui ofensivo, por favor. No seu outro post o pessoal está se ofendendo e vc não excluiu nenhum comentário. Aprenda a respeitar opiniões diferentes das suas

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    6. Concordo, Eu. Se a Deja tivesse sido passada pra trás pelo clube, ok. Porém, definitivamente não foi o caso. Tem gente que não está preparada para o mercado de trabalho e nem para enfrentar o contraditório.

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    7. Muito bem colocado, anônimo

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  10. A Deja deve ter superado a rescisão do contrato de forma mais madura do que vocês.

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    1. Melhor comentário até agora! Finalmente alguém inteligente pra comentar. Americano não é chorão e dramático igual brasileiro. São muito mais frios para essas questão, pragmáticos...por isso sempre alcançam espaço onde querem. Ainda ouviremos falar muito bem de Deja, que se ela quiser tomará essa experiência aqui pelo Brasil para o seu crescimento tanto profissional quanto humano. Sorte para ela e para o Minas! Vida que segue.

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    2. Ela teve que jogar acima dos limites técnicos dela, em um clube com um nível maior que os clubes pelos quais ela havia jogado antes. Jogou um campeonato mundial de clubes contra atletas que ela jamais jogaria se tivesse continuado no Trentino Rosa ou em outro clube da série A2 da Itália. Jogou um campeonato nacional de clubes forte (Superliga brasileira) e teve a oportunidade de mostrar o voleibol dela para outros clubes do mundo. Oportunidades virão. Acalmem-se dessa histeria coletiva desnecessária.

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    3. Tomara que sim, anônimo, é a nossa torcida.

      Esperamos também que ela lide com profissionalismo daqui pra frente em sua carreira e não precise passar por isso de novo.

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  11. Eu no lugar dela teria dito que ela não teve culpa de ser contratada que o erro foi da direção e não dela, que se for assim pq não demitem o técnico também ?? Já que foi ele que indicou ela, falaria umas boas verdades para essa direção medíocre.

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  12. Agora imagino, se a Dobriana render menos a Didi, será uma decepção p minas! Didi fazia um bom fundo de quadra ! Espero q a que vem renda o esperado ou correrá o risco de ser demitida tbm! Se a moda pega, é péssimo p imagem do clube e superliga

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    1. Didi fazia um bom fundo de quadra? Hmm kkk bjs.

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  13. Falta de respeito demitir uma profissional por deficiência técnica quando me parece que não é esse o caso. Lamentável. Erro de estratégia na contratação. Lembra alguns times de futebol

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  14. Minas timeco medíocre, pipoqueiros de mundiais, acham que vão fazer bom negócio pegando a toqueira e quinadora Dobriana, coitados

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    1. Ela pode ser quinadora e toqueira, mas será suficiente para passar a carreta por cima dos demais e levar o caneco da SL. Chora, leitão...kkkkk

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  15. Ela poderia ser emprestada? Como funciona o regulamento da Superliga neste sentido? Para mim ela teria espaço em metade das equipes do campeonato, claro nos times da parte debaixo da tabela, seria uma opção melhor para não queimar a atleta

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  16. No Brasil não acontece pq os clubes já andam com o orçamento no limite, e demitir uma jogadora que não está rendendo a meu ver não demonstra amadorismo ou falta de respeito, pelo contrário, mostra que o clube valoriza o patrocinador e que demonstra que o principal objetivo do clube é ganhar títulos! Ponto para o Minas!

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  17. Em qualquer empresa isso é normal, se não está rendendo o esperado e acha-se que um outro profissional rende melhor, é isso que acontece. O Minas que errou contratando achando que ela ia render como a Natalia ou Gabi. Doce engano.

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  18. Belo post, Gustavo!
    Só uma ressalva: quando Thompson e Anne Buijs atuaram pelo Rexona o jogo delas só começou a cair mais drasticamente nas semifinais da Superliga, tanto que foram substituídas por Roberta e Drussyla, respectivamente, e o time levou o título.
    Talvez o nome da Kosheleva cairia melhor para ser citado na matéria, já que nem de longe ela rendeu o esperado. Mas mesmo assim o clube respeitou seu contrato e manteve a jogadora. Isso se chama respeito com a atleta e planejamento. Aprende, Minas!

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