A possibilidade cruel de um adeus precoce para a valente Edinara na Superliga

Só o Pinheiros conseguiu abrir a temporada da Superliga Feminina surpreendendo. Rio, Osasco, Minas, Praia e Barueri, cinco dos seis favoritos, venceram com facilidade por 3 sets a 0. A exceção foi o Sesi Bauru, vítima justamente do Pinheiros, que venceu por 3 sets a 2 (25/22, 26/24, 23/25, 17/25 e 15/10).

E quem comandou essa surpresa foi Edinara Brancher, dona de 25 pontos na partida, segunda maior pontuadora da rodada. A oposta poderia ter feito mais, mas no quinto e decisivo set, Edinara sofreu uma torção no joelho e deixou a quadra carregada.

Edinara Brancher abriu a Superliga com 25 pontos - 11 deles no primeiro set (Foto: Daniel Vorley/Esporte Clube Pinheiros)


Edinara passou por exames ontem (14) e aguarda resultados que comprovem a gravidade da lesão. Infelizmente a principal suspeita é de um rompimento do ligamento cruzado anterior, lesão grave que exige cirurgia e tem recuperação de no mínimo seis meses. Caso se confirme, a Superliga chega ao fim para Edinara, antes mesmo do fim da primeira partida.

A lesão é cruel, é uma pena, Edinara encaixou. Vivia seu melhor momento desde que carregou Barueri até a chegada de Skowronska. Poderia ter jogado mais na temporada passada, Diouf estava longe de ser absoluta. O presente a recompensava pela coragem de trocar dois times grandes por um menor, almejando ser titular. 

Em casa, Pinheiros bateu o Bauru por 3 a 2 (Foto: Daniel Vorley/Esporte Clube Pinheiros)


É o tipo de jogadora que o Brasil é carente: alta, jovem, bom alcance, forte e oposta. No primeiro set contra Bauru, foi a culpada do choque na equipe do Sesi: fez incríveis 11 pontos. Ficamos na torcida para que o rompimento não seja confirmado.

De volta à 1ª rodada...

Bauru cresceu com a troca de Tifanny por Glayce, mas não conseguiu virar o placar. Tifanny está muito mal, Dani não está bem na distribuição e Rahimova acaba sobrecarregada. Ainda não há crise no Bauru, há deslizes. Mas dois consecutivos, é melhor que Anderson já ligue seu alerta! 

Mais uma vez, nenhuma surpresa nos outros jogos. O Minas bateu o Flamengo por 3 a 0, mas poderia ser no mínimo 3 a 1, se não fosse um erro crasso da arbitragem. De positivo, a boa entrada de Sheilla - que teve uma atuação boa depois de vários jogos ruins. 

O Praia teve Pri Daroit comandando placar com incríveis 75% de aproveitamento e 17 pontos! E Osasco viu Jaqueline fazer um grande jogo, Bjelica não. O Rio não teve Tandara, mas Renatinha foi suficiente para bater Curitiba e Barueri só fez expôr a fragilidade atual do Fluminense.

Praia começou a temporada na liderança, comandado pelos 17 pontos de Pri Daroit (Foto: Dentil Praia Clube)

Superliga - 1ª Rodada

Flamengo 0 x 3 Itambé/Minas (22/25, 21/25 e 30/32)
MP: Fê Ísis (11) | McClendon (15)
Viva Vôlei: McClendon

Valinhos 0 x 3 Dentil/Praia Clube (16/25, 21/25 e 15/25)
MP: Maiara (10) | Pri Daroit (17)
Viva Vôlei: Pri Daroit

Osasco/Audax 3 x 0 São Cristóvão Saúde/São Caetano (25/17, 25/19 e 25/17)
MP: Casanova (16) | Sonaly (12)
Viva Vôlei: Jaqueline

Pinheiros 3 x 2 Sesi Vôlei Bauru (25/22, 26/24, 23/25, 17/25 e 15/10)
MP: Edinara (25) | Rahimova (30)
Viva Vôlei: Edinara

Curitiba Vôlei 0 x 3 Sesc RJ (25/27, 16/25 e 19/25)
MP: Sara (14) | Renatinha (14)
Viva Vôlei: Renatinha

São Paulo/Barueri 3 x 0 Fluminense (27/25, 25/20 e 25/18)
MP: Tainara (15) | Paula (18)
Viva Vôlei: Lorenne

2ª Rodada

15/11
19h00 - Valinhos x Minas
19h30 - Bauru x Curitiba
20h00 - Flamengo x Barueri
20h30 - Sesc x Fluminense
21h30 - Praia x São Caetano

16/11 
19h00 - Osasco x Pinheiros

Comentários

  1. Se for confirmada a lesão de ligamento cruzado Edinara só volta na próxima temporada. Passei por essa cirurgia há 5 meses e meio e só agora voltei a fazer saltos. Para os atletas que saltam com muita impulsão a volta ao jogo é de no mínimo 8 meses. Força para Edinara! E pena para Pinheiros que vai ter que se virar sem ela. Espero que mesmo assim o time consiga ficar entre os 8.

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  2. A Rahimova anotou 30 pontos e 03 pontos.

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  3. Alguem sabe como faz pra ver as estatísticas individuais no site da superliga?

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  4. Forças à Edinara! Merece demais por toda luta e garra. Gosto muito dela.

    PS: o ponto anterior ao erro “crasso” da arbitragem também foi um igual, que deu o set point pro Flamengo contra o Minas, já que a bola da Sheilla pegou e muito no bloqueio. Por que o lance também não foi citado? Pareceu tendencioso.

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  5. ZRG precisa se desapegar da Dani Lins.

    Olho na Daroit que vem fazendo um bom começo de temporada.

    Se o Pinheiros tivesse fechado o jogo em 3 a 0, a Edinara não tinha se lesionado \:

    Por falar em lesão,

    https://webvolei.com.br/2019/11/drussyla-a-olimpiada-nao-e-a-minha-prioridade/

    Drussyla ainda sente dores na canela. O ideal seria ter feito a cirurgia ano passado.

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  6. Espero que o Zé não invente de levar a Dani para Tóquio

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  7. Que alívio, vendo o título da matéria pensei que a guerreira Edinara estava correndo risco de encerrar por completo sua promissora carreira no voleibol. Tomara que ela consiga se recuperar ainda nessa temporada.

    Sobre a quarta ponteira, acho que o retorno "adiantado" da Jaqueline é um sinal de que o Zé ainda tem planos para ela e sinceramente acho sim que ela seja mais interessante que Drussylla e Amanda, seria ótimo a utilização de Daroit, mas acho que ela não tem interesse em estar em uma seleção de "favoritas" do técnico.

    E também oro/rezo para que o Paneleiro desapegue de vez de Dani Lins, agora é a vez de Fabíola e Macris.


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  8. Amoooo a Edinara!!! Uma pena essa lesão.
    Lorrayna terá a chance da vida dela, que ela coloque esse braço canhoto pra funcionar.

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  9. Tóquio é Roberta e mais 11, sem mi mi mi

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    1. Tá sendo irônico né?!

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    2. O que vocês têm contra a Roberta ?? Ela é uma boa levantadora sim, se não fosse Zé não teria convocado ela pra seleção

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    3. É uma boa levantadora, mas não vive um bom momento. Já achei ela muito promissora. Hoje, é uma levantadora comum.

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    4. Ela era promissora mesmo, muito. Alta, saca e defende muito bem, é inteligente na distribuição do jogo..... Mas o tempo passou e não mostrou consistência no principal fundamento, o levantamento. Oscila entre partidas brilhantes e atuações trágicas. Na média tem uma qualidade de levantamento ruim para as centrais, especialmente na china. Vibrei com suas primeiras convocações, mas, hoje, acho que não tem nível para ainda estar na seleção.

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    5. Fabíola & Macris em Tóquio.

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  10. Eu vi o jogo Minas x Flamengo e tive duas impressões:
    1 - O Minas (meu time do coração) não tem condições de lutar pelo título;
    2 - Essa menina Vic Mayer, levantadora argentina, tem futuro.

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  11. Edinara é uma jogadora muito interessante. Vibrante, habilidosa e corajosa. Espero que esteja tudo bem com ela, achei uma loucura ela não ter sido convocada nem no time do famigerado pan. É jovem e tem tudo para despontar. O Pinheiros tem a Lorrayna, uma canhota alta e muito potente, caso essa fatalidade ocorra jogá-lá na fogueira será inevitável.
    Uma coisa: olho na Daroit, ela e Jaque se manterem essa crescente durante o campeonato podem esquentar a briga no nosso setor mais preocupante na seleção atualmente. Ela é uma ponteira clássica do estilo brasileiro.
    Ps: estou amando esses novos nomes despontando em várias equipes, a nossa temida e inevitável renovação vai ganhando traços bem promissores para o futuro.

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  12. Terminou o jogo do Sesc Rio x Fluminense.... Os anos se passam e a Fabíola segue sem conseguir jogar bem com as centrais. É ótima na levantada para as pontas, evoluiu para a saída, é nossa melhor levantadora de passe C, mas com o meio ela não se acerta.

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  13. Alguém pode me ajudar com algum texto, que preste, da internet sobre a lendária seleção cubana dos anos 90? Se alguém puder me indicar links, fico grato...
    Nada a ver com o post, mas coloquei no google e só achei sobre a decadência atual...

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    1. Lendária seleção cubana dos anos 90. Como amávamos odiá-las. Tricampeãs olímpicas e bi mundiais. Em 1992, tiveram vida dura na semi contra os EUA, vencendo apenas no tie-break, comandadas por Mireya Luis, a melhor atacante de todos os tempos, com apenas 1,75m. Na final, derrotaram por 3x1 o time da CEI que era comandado pela levantadora Irina Kirilova e pela atacante Valentina Ogiyenko. Venceram a primeira edição do Grand Prix em 1993, com Mireya sendo a MVP. O mundial de 1994 foi a melhor competição desta geração. Venceram todos os jogos por 3x0, incluindo um atropelo contra o Brasil na final em pleno Ibirapuera, parciais de 15x02, 15x10 e 15x05, fechando o jogo com um bloqueio em cima de Edna. Marcia Fu foi a melhor brasileira naquele triste dia. As caribenhas entraram para o jogo final com bobs nos cabelos em tom de provocação. A jovem Regla Torres foi eleita MVP. Meses antes, o Brasil surpreendeu ao vencer o Grand Prix, derrotando Cuba, China e Japão na fase final. No jogo contra Cuba, um 3x2 duro, 15x13 no tie-break, em ataque de Ana Moser contra um bloqueio duplo pesado. O show naquele torneio foi da genial Fernanda Venturini, MVP da competição. Em 1995, Cuba venceu, invicta, a Copa do Mundo. Em Atlanta, 1996, semifinal épica contra o Brasil. Dias antes havíamos passado o trator por cima das cubanas, num sonoro 3x0, em jogo que Hilma quebrou o pé e desfalcaria o time pelo resto do campeonato. Sua substitua, Virna, foi a líder do Brasil na semifinal, com grande atuação, mas insuficiente para evitar a derrota, que veio após um ataque de Mireya no tie break, 15x12. Mas ninguém jogou mais naquele dia do que Magalys Carvajal, espetacular central de 1,90m. Um jogo catimbado, com o Brasil melhor coletivamente, mas que as cubanas levaram na marra, na provocação e na força de Mireya e Carvajal. Briga no final, e Ana Moser aponta o dedo na cara das cubanas e exige respeito! Na final, 3x1 contra uma surpreendente China, que tinha como técnica Lang Ping. Após as Olimpíadas, novo Brasil x Cuba, agora em Xangai pelo primeiro jogo do quadrangular final do Grand Prix. Bola de segunda de Fernanda Venturini, e 15x10 para o Brasil no tie-break. Ana Paula grita e provoca, começa a confusão.... Regla Torres corre atrás dela e leva uma trombada de um membro da nossa comissão técnica, para que ela não amassasse a cara da Ana Paula. O Brasil acabou vencendo aquele GP, e Leila foi a MVP. Veio 1998, e de novo Regla Torres foi a MVP do Mundial, desta vez disputado no Japão. Vitória contra o Brasil na semifinal, 3x1, numa atuação heróica de Ana Moser pelo nosso lado. Mas elas tinham Mireya Luis, que veio do banco para mudar o jogo. Na final, um 3x0 esperado, de novo contra uma mediana China de Lang Ping, que no dia anterior surpreendeu ao derrotar a poderosa Rússia. 1999 marcou um dos Pan-Americanos mais emocionantes. Na melhor atuação da carreira, Virna comandou o Brasil numa final emocionante contra as cubanas, 3x2. Mas naquele mesmo ano, Yulmilka Ruiz, comandaria mais um título da Copa do Mundo para as cubanas, novamente invictas. Em 2000, Cuba e Rússia chegaram como francas favoritas ao título olímpico. De um lado, o talento das Reglas Bell e Torres e a força de Yumilka Ruiz. Do outro, um trio espetacular, Artamonova, Godina e Sokolova, que à época era conhecida como Chachkova. Antes do duelo final em Sidney, as cubanas tiveram vida dura contra a até então invicta seleção brasileira na semifinal. Fofão, Virna, Leila e Érica lutaram demais, mas não deu, 3x2 de virada para nossas cruéis rivais. Na final, com Sokolova jogando muita bola, as russas de Nikolay Karpol abriram 2x0 em sets disputadíssimos, 25x27 e 32x34, mas, depois, só deu Ruiz e Torres, e Cuba tricampeã. Regla Torres foi a MVP em Sidney. No ano seguinte, a mesma Regla Torres foi eleita pela FIVB a melhor jogadora do século XX, quando concorreu com Fernanda Venturini, Inna Ryskal e Lang Ping, em eleição muito criticada pela ausência de Mireya Luis da lista final.
      Abraços,
      Daniel C

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    2. Completando.....
      Tudo isso foi conquistado jogando no esquema 4x2. Duas levantadoras e quatro atacantes. A levantadora que estava na rede, virava atacante. Marlenis Costa foi dona e proprietária de uma dessas posições. A outra, teve Lilia Izquierdo até 1996 e depois, Taismary Agüero. Eram melhores atacantes que levantadoras, mas davam conta do recado no contexto do esquema cubano. As centrais Regla Torres e Magalys Carvajal formaram a melhor dupla de centrais da história. Atacavam qualquer bola, e davam uma opção de bola alta e lenta pelo meio também. Ana Fernandez substituiu Torres, que voltava de contusão, em parte da Olimpíada de 1996 e depois com a saída de Carvajal, foi a titular até o ouro em 2000. Na ponta, a lenda Mireya Luis encantava desde os anos 80. Após algumas contusões passou o posto para sua cópia, Yumilka Ruiz de 1,78m, que virou titular em 1998. A canhota Regla Bell, potente atacante, sempre foi titular e era o ponto de equilíbrio no fundo de quadra.

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    3. Valeu Daniel, obrigado!!!

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  14. O melhor do volei fez uma matéria dizendo que Edinara vai ser operada e que não tem data pra voltar a jogar

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