Dossiê Ranking: como votaram os times em cada uma das atletas

Por Gustavo Aguiar | To Fly Volleyball

Aconteceu na quarta-feira, dia 27 de março, a reunião entre a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e os dirigentes das principais equipes do voleibol feminino brasileiro. O tema era o ranking, anteriormente mantido por votação de todas as equipes, excedendo o Praia Clube. 

O destaque da reunião foram as jogadoras ranqueadas com valor 7 pontos, ou seja, aquelas que só podem estar com mais uma desta lista em uma mesma equipe. O que pouca gente sabe é como cada clube votou e chega a ser surpreendente. Em alguns casos, os próprios clubes que atualmente têm jogadoras de ranqueamento votaram contra elas. Confira em matéria EXCLUSIVA de apuração do To Fly Volleyball.

Thaísa e Macris são duas das dez jogadoras ranqueadas pela CBV (Foto: Orlando Bento/MTC)

Quem participou da reunião do ranking? 

O encontro do ranking foi coordenado pelo superintendente da CBV, Renato D'ávila e pela gerente de competições de quadra, Cilda D’Angelis. Tinham direito a voto e a participação os dez melhores clubes ranqueados na Superliga 2018/2019 e somente o Curitiba Vôlei não enviou representante.

Os clubes foram representados por Harry Bollmann e Hélio Griner (Sesc), André Torres (Fluminense), Marina Miotto (São Caetano), Renato Tavolari e Paulo Rogério (Sesi Bauru), André Lellis (Praia Clube), Jarbas Soares (Minas), Antonio Berardino (Osasco), Lissandra Pelizaro e Sérgio Negrão (Pinheiros), Benedito Crispi e Wagner Coppini (Barueri).

A votação

A primeira parte da reunião foi designada para a decisão sobre as atletas que já estavam no ranking. São elas: Dani Lins (Barueri), Fabiana (Praia), Fernanda Garay (Praia), Gabi (Minas), Natália (Minas), Tandara (Guangdong), Thaisa (Barueri) e Tifanny (Bauru).

Das oito atletas que já estavam no ranking, cinco foram mantidas por unanimidade: Fabiana, Garay, Gabi, Natália e Tandara. Sendo assim, até mesmo Praia e Minas, que atualmente têm contratos com as jogadoras, optaram pela manutenção de suas pontuações. Apenas três votos foram negativos: o Praia Clube se opôs a Dani Lins, enquanto Bauru discordou da permanência de Thaísa e Tifanny.

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Até mesmo Barueri votou para que Dani Lins valesse 7 pontos; Praia Clube foi o único a manifestar-se contra (Foto: Gaspar Nóbrega | Inovafoto)

Inclusão de Macris e Fabíola

O que pegou muita gente de surpresa foram as adições: as levantadoras Macris (Minas) e Fabíola (Bauru) passarão a valer 7 pontos na próxima temporada. A sugestão de incluir Macris foi dada por Lissandra Pelizaro, do Pinheiros e o resultado da votação foi surpreendente: por unanimidade, Macris foi reconhecida como jogadora do ranking. Sendo assim, até mesmo o Minas, time que tem interesse declarado em renovar com a levantadora, optou pela subida de categoria.

Fabíola foi sugerida por Benedito Crispi, do Hinode Barueri e teve a única votação acirrada, com resultado de 5 x 4. Minas, São Caetano, Osasco, Pinheiros e Barueri consideraram que Fabíola deveria valer 7 pontos. Os votos contrários foram dados por Bauru, Praia, Fluminense e Sesc.

Preterida por vários clubes, Fabíola recebeu quatro votos contra o ranqueamento (Foto: Marcelo Ferrazzoli)


Este especial terá continuação. Aguarde.

Comentários

  1. O mais engraçado disso é Dani, Macris, Tiffany e Thaísa valerem 7 pontos. Kkkkkk
    Não entendo o draminha da Sheilla se ela nem esta rankeada, talvez seja a essa a razão, o ego.

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    1. Nada a ver seu posicionamento! A Sheilla reclama não é porque ela está ou não inclusa. Ela como amiga das outras jogadoras, se sente na obrigação de se opor à decisão dos clubes, juntamente com a CBV. Vai dizer que você não defende seus amigos? Ou só faz isso quando lhe convém??

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    2. Além de serem amigas, qualquer jogadora pode entrar nesse ranking. Inclusive a própria Sheilla já esteve por muitos anos. Basta se destacar na Superliga, que é o caso da Macris e da Tifanny, que vc elas já se tornam uma candidata...

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  2. Sabe o que é pior? Os clubes votam a favor pelo ranking e incluem novas jogadoras neste ranking, mas mais da metade destes clubes não têm orçamento pra contratar estas jogadoras. Ou seja: elas vão para o exterior.

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    1. E tem uma lógica maldita nisso:

      O "clube P" pagaria 400 mil pela levantadora "D", mas ele já tem duas atletas de 7 pontos. No clube "C" ela recebe oferta de 100 mil. O que ela pode fazer? Aceitar ganhar menos ou ir para o exterior.

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    2. Exatamente. To Fly. Ainda tem este aspecto "maldito".

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    3. Tradução: O "clube P"(PRAIA) pagaria 400 mil pela levantadora "D"(DANI LINS) , mas ele já tem duas atletas de 7 pontos (GARAY E FABIANA).

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    4. Foi só um exemplo haha. Os valores não são reais.

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    5. Os leitores estão atentos ao que é dito nas entrelinhas kkkkk

      Parabéns pela matéria!

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  3. Que matéria legal gente.
    Assim com os votos a gente consegue ver até as movimentações dos clubes nesses grupos. Por exemplo, Praia votou contra os 7 pontos de Dani (obviamente querendo trazê-la), Minas optou por colocar Macris com 7 pontos (para ser uma barreira para grandes clubes levar ela)

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    1. Obrigado, Richard! =D

      Exatamente. Só a ação do Minas não faz sentido... A menos que ele já saiba que vai perder Gabi e Natália.

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    2. Por mais que o Minas quisesse manter a Macris fora da lista, não daria. Seria muita cara de pau julgá-la como não valendo 6 pontos. Essa mulher tá jogando fino do vôlei. Precisaríamos voltar mais de uma década para ver uma levantadora neste padrão em nossa Superliga. Viva Macris!

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  4. Conclusão:
    - Praia queria Dani Lins ou Fabíola, que também era disputada por Bauru e Sesc.
    - A tal central misteriosa que o Bauru quer é a Thaísa.

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    1. Sensacional, agente nem precisa matar a cabeça pra tentar adivinhar, as coisas já foram se encaixando por si própria, Bauru, já quero a Thaisa pisando ao lado da Naiane e Tifanny

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  5. Só acho o seguintes. As atletas tem que pensar nelas a nível de valores se clubes europeus pagam mais , não tem nem que pensar já que os clubes aqui no Brasil ao que parece bem tem interesse nessa atletas já que dificultam tanto a permanência delas aqui. Eram bom que todas as de 7 pontos fosse jogar fora aí enfraquecia a superliga de vez ou então um boicote a seleção como foi feito em 2001 onde Erika, Elisângela, raquel, virna, fofão e Waleska pediram dispensa no ano do mundial . Num instante resolveram os problemas que lá estão existindo

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  6. Que matéria bem apurada! Muito legal (e difícil) ler alguém que escreve sobre volei de forma tão bem feita :)

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    1. Obrigado, aforest! =D

      Eu fico muito feliz com esse reconhecimento e o carinho de vocês. O blog não me dá remuneração, mas isso já vale muito <3

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