Em batalha de alto nível, China derruba EUA em cinco sets

China e Estados Unidos protagonizaram um grande duelo na madrugada deste domingo (14). Por 3 sets a 2, a China venceu os EUA pela segunda vez no Mundial e ficou um passo mais próxima das semifinais. A partida teve alto nível, principalmente defensivo. Eu diria até que os EUA foram melhores, mas a China se virou melhor nos momentos de decisão, quando as americanas sofreram mais com o saque adversário, principalmente a partir do quarto set.

Do lado chinês, uma grande atuação de Zhu e cá entre nós: mesmo para ela é dificílimo ultrapassar essas tática defesa americana. Ainda assim, a estrela foi a maior pontuadora do jogo com 25 pontos. A China não fez sua partida mais inspirada, Gong que vinha em ótima fase jogou mal no ataque hoje, embora Zhang tenha feito um ótimo início de jogo. Zhang não está completamente recuperada, é sua primeira competição com a seleção no ano e isso dobra a importância de Gong no ataque, o que justifica sua maior pontuação. Zeng é melhor atacante do que Gong, mas a segunda passa melhor. 

Chinesas voltaram a vencer os EUA (Foto: FIVB)


A entrada de Yingying Li foi o grande destaque para a virada chinesa. Não que a ponteira tenha feito muitos pontos, foram 12 em pouco mais de dois sets, mas foi a menina de 18 anos que segurou a definição nos momentos importantes da China. Foi Li que encerrou o disputado quarto set com um over no triplo americano (24x23) e fez o ponto seguinte com um contra-ataque fechando a parcial. A tática de jogo muda quando Li entra, Zhu assume o passe e fica mais pressionada, mas Ding parece ter mais autonomia para trabalhar com a menina, que é tão boa ou melhor atacante do que Zhang. Lang Ping é cirúrgica: tem um elenco misto!

Entrada de Li (12) reforçou o jogo ofensivo da China (Foto: FIVB)


Nos EUA, Karch Kiraly tem que repensar suas convocações. Claro, quem sou eu para discutir as escolhas de um campeão mundial e medalhista olímpico, mas não é preciso muito esforço para perceber que a escolha de Murphy é um erro. Eu já defendi por muitas vezes a escalação da oposta pós-mundial de 2014, mas desde 2016 essa manutenção parece insustentável. Foram 4 pontos em 4 sets jogados, ela é uma oposta! E não me venham comparar Gong com Murphy, não pode, não faz sentido. Gong é oposta passadora e nunca foi exímia atacante (embora no clube rode muitas bolas). Esqueçam que as opostas chinesas precisam pontuar muito, elas passam para deixar essa função livre para Zhu. Murphy não passa nada! Lowe não está tão distante assim, mas ainda é melhor do que a titular. Que erro bisonho ter deixado Drews de fora, Karch...

Zhang bloqueia Murphy; atuação muito ruim da oposta foi destaque negativo dos EUA (Foto: FIVB)


Mas ainda assim, o conjunto americano é tão bom que conseguiu jogar melhor do que a China na maior parte do jogo. Que grande atuação de Hill! A ponteira segue a ótima fase do Conegliano e fez seu melhor jogo no Mundial com 24 pontos. Larson e as centrais Akinradewo e Adams seguiram o mesmo padrão e Robinson defende muito. A ex-levantadora Lindsey Berg definiu este como o melhor jogo americano e talvez tenha sido mesmo, apesar da derrota. Bem, só faltou oposta. Eu não gosto de Bartsch como oposta, acho que ela não tem a mesma desenvoltura, mas nenhuma opção parece pior do que Murphy no momento. Também gosto muito das levantadoras americanas e destaco que Hancock cada vez mais cresce no cenário mundial.

Kimberly Hill foi a melhor jogadora dos EUA em quadra (Foto: FIVB)


O próximo jogo do grupo acontece nesta madrugada às 4h20 entre Estados Unidos e Holanda. Se os EUA perdem, estão eliminados do sonho do bicampeonato.

Final Six

MP: Zhu (25), Yan (13) | Hill (24), Akinradewo (18)

Comentários

  1. Zeng melhor atacante que Gong? kkk que blasfêmia!

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    1. Isso é um fato e não uma blasfêmia

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    2. Pelo menos nesse jogo ela marcou mais pontos em menos sets

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  2. O que salva a limitada equipe americana é o bloqueio pesado e o volume de jogo, pois no quesito definição se equivalem até a seleção brasileira atual, não entendo essa obsessão de muitos com a Drews, talvez por ter feito boas partidas contra o quebrado Brasil na sequencia de amistosos aqui há poucos meses, a meu ver Drew + Murphy + Lowe juntas não dão meia Fawcett ou Hooker, Drews não é grande coisa, a prova é o fraco desempenho no Liga Italiana passada. Hill é mt pantufeira, mas sem ela poderia ser bem pior e Larson está visivelmente em fim de carreira, hoje jogou até bem, mas nos momentos críticos só vai no truque (largadas) ou toma toco, a meu ver é uma versão menos glamurosa da nossa Jaque. Pra mim a melhor do jogo foi a quase mofada Adams e acho a Lloyd mt superestimada está a léguas de distância da enjoada Glass. O time americano desse Mundial é um time completamente batível, tá parecendo o do ano passado na Copa dos Campeões quando levou sapatadas de chinesas e brazucas, dificilmente será bi campeão mundial, mas quem sabe né?

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    1. Realmente, Drews não é tudo isso não. Quem acompanhou o Grand Prix e a Copa dos Campeões do ano passado e a VNL sabe que a Andrea é uma oposta mediana.

      De fato, foi o melhor jogo da Adams nos últimos tempos.

      Será que as holandesas conseguem eliminar as farsantes de vez do Mundial? Vai ser um jogão logo mais.

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    2. Não faz o mínimo sentido compararmos as atuais opostas com Hooker e Fawcett, infelizmente é "viuvisse", elas não voltarão por motivos pessoais, embora eu defenda que Kiraly deveria repensar.

      Sobre a Drews, opto por ela como a melhor opção por um motivo simples: a Murphy já provou ser fraca; a Lowe acabou de voltar e demonstrou ritmo abaixo da Drews.

      Restam como opções Drews, que realmente foi muito bem contra o "quebrado" Brasil, mas precisamos considerar que era a seleção B-C e há muito tempo os EUA não têm uma oposta com mínimo poder de definição; Aiyana Whitney, que carregou a seleção C no título da Copa Pan. A Drews nem precisa ser "tudo isso" na minha opinião. Basta ser razoavelmente eficiente, já que as demais são concorrência desleal.

      Sobre a seleção americana, elas não tem nada de limitadas hahahahaha. Inclusive pontuaram em ataque muito mais do que a China hoje.

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  3. Que jogasso! só não entendo por que Lang Ping não deixa Zhu e Zhang de ponteiras passadoras e coloca a Li no lugar da Gong!

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    1. Seria bem melhor! As opostas não definem e sobrecarregam Zhu de qlqr forma... só as centrais pra desafogar

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    2. Acho que é pq a prioridade da Lang Ping é deixar a Zhu escondida do passe e isso faz todo sentido. Logo, a oposta tem que cobrir a Zhu na recepção e a Li não passa bem. Como a Zhang começou a quinar e ficar bem marcada no jogo de hoje, a Li entrou no lugar, mas de oposta com a Zhu ficando exposta no passe. Enfim, a China é um time forte pq as jogadoras são bem versáteis.

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    3. A Lang Ping tentou uma formação parecida bem rapidamente no jogo contra itália( acho que testando como último recurso), Zhu e Li como ponteiras e Zhang entrou como oposta porém não foi muito efetivo.

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    4. A Li teria tudo pra encaixar perfeitamente na saída de rede: é alta, canhota, tem potência e boa envergadura. Só tem um problema: não é efetiva atacando pela saída e não passa bem. Por isso, ainda não é titular.

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    5. É a mesma coisa com a Zhu que ataca melhor na entrada do que na saída, por isso é ponteira e não oposta apesar de não passar bem.

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  4. Melhor jogo do Mundial até aqui.

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  5. Fato, Li funciona muito melhor sobre pressão, ela cresce muito em momento decisivo...

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  6. Parece que não é somente nós brasileiros que estamos sofrendo com opções erradas de técnicos. Eu acho lamentável convocação desleal seja qual for a seleção. Convocar Murphy foi crucial na eliminação americana. Não consigo entender tantas críticas à Larson. Pra mim foi a melhor jogadora americana no mundial. Vejo aqui críticas pesadas a ela. Da sua safra e das jogaforas da sua idade foi junto com a central japonesa Araki as que mais se destacaram nesse Mundial.

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