Retrospectiva: o melhor do vôlei feminino em 2016!

Se pudéssemos escolher um momento de 2016 para citarmos como marcante, qual seria ele?

Talvez, tenhamos sido um campeão, assim como os nacionais de 2016. Tão esperançosos como o aguerrido Imoco Volley Conegliano, ao comando de Davide Mazzanti, finalmente campeão da Itália. Ou tão persistente quanto o Dínamo Moscou, depois de fracassar por 6 anos consecutivos, subiu ao lugar mais alto do pódio sobre as lágrimas da frígida Goncharova, sagrando campeão da Rússia. Talvez você tenha surpreendido, calado, emocionado, como o Tianjin, que esperava laranja e veio limão, fez uma limonada com Carrillo e sagrou-se campeão da China. Mas há também quem tenha alcançado o sucesso, agigantado-se ainda mais! O Vakifbank Istanbul foi eneacampeão na Turquia, o Rexona Ades foi unodecacampeão no Brasil e o Volero Zurich chegou também ao seu 11º título, 7º consecutivo. Mas para alguns, pode ter sido marcante e histórico, como a vitória do Saint-Raphaël na final sobre o RC Cannes, quebrando uma hegemonia de 17 anos no francês e sagrando-se, pela primeira vez na história, campeão da França.

Depois de 6 temporadas consecutivas sendo derrotado em finais, o Dínamo Moscou de Goncharova foi campeão russo. Oposta não conteve a emoção!


Outros Campeões Nacionais: 

Dresdner SC na Alemanha
Chemik Police na Polônia
Azerrail Baku no Azerbaijão
Asterix Kieldrecht na Bélgica
CS Volei Alba Blaj na Romênia
Khimik Yuzhne na Ucrânia
Team Northumbria no Reino Unido
Mladost Zagreb na Croácia
VK Maritsa Plovdiv na Bulgária
Olympiakós Le Pirée na Grécia
VC Sneek na Holanda
Atlético Voleibol Clube em Portugal
OK Vizura na Sérvia
VK AGEL Prostějov na República Tcheca
Hisamitsu Springs no Japão
Hyundai E&C Hillstate na Coréia do Sul
Bangkok Glass VC na Tailândia
VK Altaï no Cazaquistão
University Blues na Austrália
C.A. Villa Dora na Argentina
Stanford Cardinal nos Estados Unidos
Criollas de Caguas em Porto Rico

Ainda por clubes, o inesperado aconteceu na Champions League: o Pomì Casalmaggiore, sede do Final Four e ausente da competição pós-primeira fase, derrotou os gigantes Dínamo Kazan e Vakifbank Istanbul, sagrando-se campeão da Champions League, quando ninguém acreditou nelas! No Mundial de Clubes, o Eczacibasi VitrA mostrou seu super elenco pela primeira vez, garantindo o bicampeonato como o time mais forte do mundo.

Campeões da Champions em 2015 e 2016, Eczacibasi e Casalmaggiore se enfrentaram no Mundial de Clubes de 2016. Vitra levou a melhor!


2016 foi um ano de batalhas incríveis, vimos isso na luta pela classificação olímpica. Com apenas Brasil (Sede), China e Sérvia (Copa do Mundo) já confirmados, Rússia (EQT), Estados Unidos (NQT), Camarões (AQT) e Argentina (SQT, pela primeira vez na história!) foram os mais fortes de seus continentes, conquistando vaga aos jogos do Brasil. Itália, Holanda, Coréia do Sul  (WQT) e Japão (melhor asiático), completaram o elenco após o qualificatório mundial e mediante à criação de uma vaga fracassada e previsível, Porto Rico (IQT/WQT2) também se qualificou. Turquia, Tailândia, Quênia e República Dominicana nos emocionaram com suas ausências.

Alegrias de alguns, tristezas para outros: Neslihan Demir deixou a quadra chorando depois da confirmação da ausência turca nas Olimpíadas de 2016


Todos convidados, hora de montar os elencos e daí começaram as surpresas. Camila Brait, Tandara, Fawcett, Hodge-Easy, Wang, Zheng, Startseva, Gamova, Sokolova, Ilchenko, Malykh, Ebata, Shinnabe, Iwasaka, Meinjers, Piccolo, Piccinini foram apenas alguns dos cortes que dividiram opiniões e desencantaram corações. Na Rússia, o provável escândalo do doping trouxe uma seleção limpa, totalmente desmontada, inexperiente e despreparada.

Depois de ciclo completo, Camila Brait foi uma das cortadas da Olimpíada do Rio


Sem mais, o dia da festa chegou. Diferente de 2012, as anfitriãs brasileiras fizeram uma primeira fase praticamente impecável, assim como as americanas liderando o forte Grupo B. A decepção do campeonato era a China de Lang Ping, quarta colocada do Grupo B, tendo perdido para todos os adversários fortes do grupo. Quis o destino que o Grupo B mostrasse sua força na semifinal e erradicasse o Grupo A, com os Estados Unidos atropelando o Japão, a Holanda mandando a Coréia do Sul para casa, a Sérvia pondo fim à fama de freguesa da Rússia e a mais dolorosa: o feitiço do Brasil em Londres 2012 sobre a Rússia, foi feito pela China contra elas, acabou o sonho do tri-olímpico, a China vingou Pequim, o Brasil estava fora. Nas semifinais, mais surpresa: os Estados Unidos perdem Akinradewo em fase excelente e também perdem o jogo: a Sérvia bate as americanas e vai a uma final inédita! A China muda-se taticamente e elimina a Holanda. Numa final imprevisível, reedição do pódio da Copa do Mundo, a menina vira lenda, a lenda recebe mais um ouro: Ting Zhu, Lang Ping e a China são campeãs olímpicas.

Festa do Dragão: China foi a grande campeã de 2016


Pós olimpíada, o coração dói e é hora de alguns 'adeus'. Uma das melhores opostas da história, quiçá do mundo, Ekaterina Katya Gamova dá adeus às quadras. A Rússia teve mais motivos para lamentar, uma vez que Lioubov Sokolova, também encerrou sua carreira. O adeus de lendas não fica por aqui e Antonella Del Core deixa o vôlei mundial após a eliminação na Olimpíada. A belga Frauke Dirickx, as russas Maria BorodakovaEkaterina Kryuchkova, as brasileiras Veridiana Fonseca e Ana Paula Lopes foram outros nomes que deixaram o voleibol em 2016.

O ADEUS DE LENDAS: Gamova e Sokolova deram adeus às quadras em 2016


Outras jogadoras anunciaram suas retiradas da representação nacional: Fabiana Claudino, Sheilla Castro e Camila Brait pelo Brasil, Katarzyna Skowronska pela Polônia, Francesca Piccinini pela Itália vestiram em 2016 pela última vez as camisas de suas seleções.

O DIA DO INEVITÁVEL: em fim do ciclo olímpico, uma das duplas mais campeãs da história do vôlei, Fabiana e Sheilla anunciaram aposentadoria da seleção 


Grandes transferências agitaram o mercado mundial pós-olímpico. A MVP olímpica Ting Zu rejeitou proposta milionária para ficar na China e assinou com o Vakifbank. Ciente disso, seus rivais se moveram: o Fenerbahçe trouxe Natália Pereira e Nootsara Tomkom e o Eczacibasi mostrou ao mundo seu poder econômico: Thaísa Daher, Tatiana Kosheleva, Maja Ognjenovic e Rachel Adams compõem um elenco extremamente forte! O Conegliano trouxe Robin De Kruijf e mostrou ao mundo Samantha Bricio, Casalmaggiore reforçou seu elenco com Samantha Fabris e a repatriação de Lucia Bosetti o Bergamo voltou a ser grande, com o retorno de Katarzyna Skowronska à Itália. Na Rússia, o Dínamo Moscou levou Maja Poljak e promoveu a volta de Bethania De La Cruz às quadras.

Mediante às dificuldades de saídas de jogadoras da China e da grande atuação de Ting Zhu, transferência da chinesa foi a que mais chamou atenção na temporada


No Brasil, Anne Buijs veio para o Rexona, Fabiana Claudino para o Praia Clube, Tandara Caixeta voltou a Osasco que trouxe também a dupla sérvia Ana Bjelica e Tijana Malesevic. Mas surpresa mesmo, ficou com o Minas: o retorno da gigante Destinee Hooker e de Jaqueline Carvalho. Mas a "Meca" do mercado feminino, foi a China: Kelsey Robinson e Karsta Lowe para o Beijing, Megan Hodge-Easy e Kelly Murphy para o Henan, Sarah Pavan e Helena Havelkova para o Shanghai, Brankica Mihajlovic e Nancy Carrillo para o Tianjin.

Carillo e Mihajlovic defendem o Tianjin, atual campeão chinês


Idas e vindas, vitórias e derrotas, como não chamar de marcante esse ano? O brilho de nossas estrelas, a magia do voleibol feminino. O poder de definição de Natália Pereira, a descrença no impossível de Monica De Gennaro e Brenda Castillo, a coragem inestimável da implacável Nataliya Goncharova. Que no próximo ano, tenhamos a genialidade de Maja Ognjejnovic e e Nootsara Tomkom. E acima de tudo, que sejamos vencedores e demos o melhor de nós, que sejamos MVP de nossas próprias vidas, como Ting Zhu, e assim como em 2016, que façamos desse próximo 2017, marcante.

E a alegria de Del Core e Ortolani também!


Obrigado pelos mais de 845 mil acessos, pelos milhares de cliques, centenas de comentários e por terem me permitido chegar em 2016 a 1.000.000 de visitantes e ao 1000º post. Obrigado pela participação de todos vocês, pela paciência e principalmente pelo carinho gigante que já me leva ao 3º ano desse projeto. O To Fly é um sonho e vocês fazem a realização dele.
Obrigado por 2016, e a todos vocês, um feliz 2017!

Luiz Gustavo Aguiar
Autor do To Fly


Comentários

  1. Post lindo sobre esse 2016 tão surpreendente!Que 2017 seja maravilhoso!

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  2. Post perfeito, pena que o nosso tri foi frustrado por erros bobos. Mas vida que segue e boa sorte a todos nós em 2017.

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    1. Obrigado Junior! Esperávamos o tri do Brasil, veio o tri da China =X
      Mas ciclo novo, vida nova, renovemos nossas esperanças ^^

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  3. Esse site é o melhor, As melhores informações, das melhores formas. Nunca pare e não nos deixe maaaais ❤

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    1. Aaaah pode deixar Rah! Sempre vou dar um pulo aqui pra conversar com vocês haha. Obrigado pelo carinho ♥

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Amei o testo como amo o site acho que só faltou falar de 3 grandes jogadoras que não acho que voltam as suas seleções Tatiana Kosheleva , Jaqueline Carvalho e Jordan Larson :( vi esse trio chorando apos eliminações nas olimpíadas e achei tão injusto com essas craques de bola !

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    1. Kosheleva ainda é nova, com certeza deve jogar mais um ciclo com a Rússia se estiver bem fisicamente. Também acredito que a Larson jogue mais uma olimpíada. Das três que você citou, só tenho dúvidas sobre a Jaqueline.

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  6. Acho difícil a Kosheleva ficar fora do próximo ciclo olímpico até pq ela é jovem e em quadra uma liderança agr juntamente com a goncharova. Já as outras duas é uma incógnita por enquanto.

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    1. Tô com você, Rah! Acho cedo para anunciar uma saída, no caso da Kosheleva.

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  7. Li algumas entrevistas da Koshe e acho que ela esta esperando a escolha do próximo técnico para decidir; Marichev deve ter causado trauma em algumas jogadoras kkk A Jaque acho que pode começar o ciclo mas chegar ate 2020 acho difícil e a Larson realmente não sei , não li nada dela ate agora !

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  8. Parabéns To Fly. Continue nos prestigiando com seus textos e materias. É um ótimo site de Vôlei.

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  9. Matéria maravilhosa, assim como todas as postadas aqui. Dentre tantas coisas q aconteceram em 2016 a que me deixou mais triste - além da eliminação do Brasil nas olimpíadas- foi a aposentadoria da Del Core. Ela estava jogando um vôleibol q enchia os olhos, uma pena. Mas, assim é a vida. Parabéns To Fly!

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    1. Muito obrigado, Celino! =D
      Eu também fiquei bem triste com a saída da Antonella das quadras, tanto que nem consegui tirá-la de capa da página até hoje hahaha. Nem parece que ela tem 36 anos, ainda dava pra jogar um ciclo u.u

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  10. Que 2017 nos proporcione momentos históricos! Mantenham este padrão de excelência, adoro voar com vocês. Grande abraço!

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