Após o vice-campeonato em Pequim, derrotada pelo Brasil na final, a seleção dos Estados Unidos iniciou um novo processo em sua história. A técnica chinesa Lang ping deixou o comando da equipe, assumido pelo ex-jogador Hugh McCutcheon. McCutcheon vinha cheio de moral e acabara de ser campeão olímpico com a seleção masculina, em cima do Brasil. E iniciou um estratégico plano de renovação da seleção americana, normalmente composta por jogadoras experientes que já haviam feito carreira pós-universidade em grandes times do mundo. Mas Hugh fez diferente, convocou mais de 40 atletas de diversas posições, jovens, que ainda disputavam a liga universitária do país. No primeiro ano pareceu um fracasso absoluto, a inexperiência de suas jogadoras pesou. Apareceriam naquele ano pela primeira vez, nomes desconhecidos como a oposta Nicolle Fawcett e a central Christa Harmotto. E também, estreava em 2009 uma promessa, uma ponteira promissora um pouco desajeitada de nome... Jordan Larson.
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Jordan Larson estreou na seleção americana em 2009 |
Em 2010, o plano de Hugh mostrava uma seleção bem mais forte. Mesclando a experiência com novos talentos, os EUA tinham agora Heather Bown, Stacy Sykora e Logan Tom ao lado de suas novas promessas. Que não paravam de chegar, em ano de mundial estreavam duas jogadoras que mudaram a história dessa seleção: uma levantadora absurdamente técnica e ousada e uma oposta matadora, como há muito tempo não se via jogando pelo país. Alisha Glass e Destinee Hooker estrearam em 2010, no primeiro ouro daquela geração no Grand Prix. A base de 2010 foi mantida em 2011 e 2012, anos em que novamente venceram o Grand Prix. Hooker parecia imparável e com experiência, as ponteiras americanas decidiam com rara habilidade.
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No auge, seleção americana foi tricampeã do Grand Prix e chegou como favorita ao título em Londres |
Naquele 2012 os Estados Unidos chegavam favoritos ao título olímpico, juntamente com as rivais brasileiras e russas. McCutcheon seguiu apostando na mesclagem de gerações, Dani Scott, Tay Haneef-Park e Lindsey Berg juntavam sua bagagem olímpica a estreantes como Larson, Hooker e Megan Hogde. O corte de Alisha Glass, surpreendeu. Com um Brasil jogando muito mal, uma derrota americana na última rodada de classificação poderia tirar a seleção campeã olímpica do torneio. As americanas não o fizeram e foi justamente essa seleção que as tirou do maior sonho do voleibol feminino dos EUA. Vice-campeãs olímpicas, de novo, em uma virada inacreditável do Brasil após perder um set por 25-11.
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Novamente em 2012, os EUA não resistiram ao incrível voleibol brasileiro na final de Londres |
Muito criticado, McCutcheon deixou a seleção e seu assistente técnico, Karch Kiraly, assumiu o comando. Em um novo ciclo, uma seleção americana machucada estreava. Com Glass de volta e Hooker afastada, Kiraly convocou várias estreantes como TeTori Dixon, Rachel Adams, Kelly Murphy e Kimberly Hill. Ali formava-se um novo Estados Unidos, que apesar de não ter grandes resultados, manteria essa base em 2014 para o mundial da Itália. Em 2014 os EUA apresentariam mais uma ponteira de alto nível, Kelsey Robinson e pela primeira vez na história conquistaram um título de alto nível: o Mundial da FIVB, com Hill MVP.
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Consagração de Kiraly veio com título do Mundial em 2014 |
Rumo a 2016, a expectativa americana é de trazer o esperado ouro na casa das rivais que o tiraram de suas mãos por duas vezes. E o título mundial só reforça o grande elenco que Kiraly tem à disposição. Hoje, jogam a alto nível pelo menos 3 levantadoras: Glass, Thompson e Kreklow. Na saída de rede, a seleção tem a vantagem e poder dispensar uma oposta incrível como Hooker e contar com ótimas atacantes como Murphy, Fawcett, a incrível Alix Klineman de oposta e a mais recente descoberta: Karsta Lowe. Na ponta, Jordan Larson é soberana com o título de MVP dos 2 torneios mais importantes de clubes do vôlei mundial e ainda tem como companheiras de posição jogadoras incríveis como a MVP do Mundial, Kim Hill e ainda Kelsey Robinson, Megan Easy (Hodge) e Kristin Hildebrand (Richards). Na copa pan-americana, estreou Krista Vansant, MVP do torneio escalada para o Grand Prix, estreando na seleção como maior pontuadora contra a Bélgica. No meio de rede a briga não é menos complicada: Dixon, Akinradewo, Gibbemeyer, Harmotto, Adams, Jackson... vocês podem imaginar? Na posição de líbero, Banwarth e Miyashiro são preteridas, mas é difícil falar dessa posição no país depois de Stacy Sykora.
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Karsta Lowe, estreante de 2014, é a aposta da vez do técnico Kiraly |
Do futuro e da corrida ao Rio 2016, ninguém sabe, mas é inegável que os Estados Unidos da América tem uma seleção incrível e são capazes de montar no mínimo, duas seleções candidatas ao título de qualquer evento do vôlei no mundo. O título mundial só coroou o excelente trabalho feito nas ligas universitárias e no investimento em jovens jogadoras e com certeza, após a conquista na Itália, as americanas só tem uma meta: o ouro do Rio.
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Os Estados Unidos lideraram o grupo C no primeiro fim de semana do Grand Prix |
Os Estados Unidos fizeram o que o Brasil tera que fazer a partir de 2016, investir nas jovens jogadoras e dar a elas experiência Internacional, é inegável que o potencial americano no voleibol é o maior do mundo, quem quiser estar no mesmo nível terá que trabalhar e ter paciência, resultados assim não são conquistados de uma hora para outra.
ResponderExcluirMuio interessante a matéria, esperava há um tempo alguém falar/escrever sobre a renovação americana. Concordo com o amigo que disse que para que bons resultados apareçam é preciso que haja paciência, virtude que o brasileiro infelizmente não possui. É preciso que haja mais investimentos no vôlei como, por exemplo, a busca por novos talentos, mas não somente do sul e sudeste do país, o Brasil é tão grande e com certeza há talentos escondidos no norte, nordeste e centro-oeste do país. O Brasil já não é mais o país do futebol, que haja um bom trabalho no voleibol brasileiro para que este esporte tão amado por nós não deixe de ser o número um do mundo.
ResponderExcluirMe desculpe caras as selecoes do brasil, china e russa nao jogaram com forca maxima proprio tecnico americano falou sobre isso
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