Brasil e Estados Unidos decidem o ouro em final de jogo de grupo e ritmo de jogo

Nos últimos anos, talvez desde 2016, acabamos por nos acostumarmos com a supremacia ofensiva dos fenômenos sobre os jogos coletivos. Foi assim com China, Sérvia e Itália nos últimos anos e nos preparamos para ver algo semelhante neste ano. Não foi o que aconteceu.

Longe do buzz de super estrelas mundiais, Brasil e Estados Unidos foram derrubando esses favoritos. Além de terem um sistema de jogo mais veloz, as duas seleções são conhecidas por não terem um destaque único e absoluto. Além disso, foram as duas únicas seleções desse G5 mundial que levaram a VNL a sério, do começo ao fim. E assim chegaram à decisão.

Fernanda Garay e Jordan Thompson são destaques ofensivos de suas seleções (Foto: FIVB)


Na semifinal, o Brasil confirmou seu favoritismo diante da Coreia, derrubando as rivais por 3 sets a 0 (25-16, 25-16 e 25-16). O acerto do Brasil foi levar a seleção coreana a sério, sem se sentir vitorioso antes de entrar em quadra e sem temer o saque das rivais. O Brasil foi eficiente onde a Turquia fracassou.

O Brasil foi mais agressivo e só foi inferior à Coreia nos fundamentos ofensivos. Foi justamente por isso que Rosamaria sofreu com o jogo asiático, a oposta teve apenas 20% de aproveitamento. Ex-jogadora do técnico adversário, ela até começou bem, mas não fez um bom terceiro set. É nessa posição que o Brasil deve jogar a final com bastante cautela, tendo Natália como opção.

Quem está sobrando é Fernanda Garay, a ponteira brasileira é sem dúvidas uma das melhores e nome confirmado na seleção do campeonato. Fernanda foi a maior pontuadora com 17 pontos, 56% de aproveitamento. O time brasileiro também se destacou no bloqueio, com 15 pontos nesse fundamento, parando com sucesso o ímpeto da coreana Kim, que ficou nos 10 pontos ao lado de Park.

Fernanda Garay foi destaque ofensivo do Brasil contra a Coreia (Foto: FIVB)


O jogo brasileiro vem tendo as ponteiras como prioridade, passando pelo meio e depois para a oposta. Um pouco diferente dos EUA, onde a oposta é a bola de segurança, depois as ponteiras e então as centrais. 

Os Estados Unidos fizeram na semifinal sua melhor partida diante da Sérvia, eliminando uma das favoritas por 3 sets a 0 (25-19, 25-15 e 25-23). As americanas tiveram sucesso na missão mais difícil dada à elas até agora: parar Boskovic.

O sistema defensivo americano, formado por um bloqueio forte e uma defesa quase impecável deram um extremo prejuízo a uma das melhores atacantes do mundo, aliás, talvez a melhor. Boskovic só teve sucesso em 39% das bolas que recebeu e já sabemos que suas companheiras não são nada colaborativas no ataque.

Em um jogo óbvio na distribuição e sem poder contar com Mihajlovic, as três ponteiras sérvias chegaram a apenas 8 pontos, enquanto Larson sozinha fez 15 pelos EUA. Em uma grande atuação de Poulter, de volta à titularidade após uma lesão leve, os EUA fizeram o seu jogo mais diversificado na distribuição. Ainda como titular, Drews foi a maior pontuadora da equipe com 17, atrás apenas dos 19 de Boskovic.

Comandado por Wong-Orantes, eficiência do sistema ofensivo estadunidense surpreendeu a Sérvia (Foto: FIVB)


O ponto negativo para os EUA foi a atuação de Bartsch no ataque, já que a ponteira teve apenas 28% de eficiência no ataque. O lado bom para elas é que ela atuou bem no passe e inclusive lidera a estatística desse fundamento. Poulter também fez o seu melhor jogo com as centrais.

Na partida que define o ouro, tudo pode acontecer, não há favoritismo. São duas grandes seleções, com histórico e que podem chegar ao título jogando o seu melhor. Sem dúvidas assistiremos à uma grande partida e o campeão merecerá seu título. 

Independente de quem ganhar, o trabalho coletivo e o ritmo de jogo já venceram Tóquio. 

Comentários

  1. Estou muito feliz por causa da seleção feminina (sendo ouro ou prata)já que os comentaristas do SporTV davam como certo o ouro no masculino e quebraram a cara.

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    1. Essa final é muito merecida, já que as duas seleções se prepararam muito para Tóquio.

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  2. Brasil já é vencedor!!
    Independente se for ouro ou prata!!
    Parabéns Meninas!!
    Parabéns Zé Roberto!!
    Estou torcendo muito por vocês!!
    Chorem viúvas KKkk

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  4. Tá chegando a hora, meu povo....tá mais perto que longe!!!

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  5. Estou tão ansioso para essa final.
    Que dê tudo certo e as meninas do Brasil consigam fazer um grande jogo.

    Não vai ser fácil, mas se elas jogarem bem como jogaram contra a Sérvia, Rússia e Coréia dá pra ganhar das americanas.

    Com certeza será uma bela final.
    Go BRASIL!!!

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  6. Vamos Brasil, vamos meninas, vamos Zé!!!

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  7. EUA jogaram melhor e mereceram a vitória. Mereceram pelo ciclo com os 3 campeonatos seguidos da VNL. Nós jogamos muito bem o campeonato, talvez a final um pouco abaixo, com menos gana e garra, mas quem acompanha aqui sabe que eu sempre vi o Eua como favoritos e que comentários como: Drews é mediana, Larson é mão de pantufa, EUA não tem líbero, sempre foram rechacados por mim e sempre cobrei o respeito a todos xs jogadorxs.

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    1. Mas os EUA realmente não tinham líbero de 2017 até o começo da VNL 2021. Wong-Orantes misteriosamente despertou em maio depois de ser sombra por 4 anos de ponteiras adaptadas como líbero. Fora que está jogando desde o ano passado em um time que disputa as últimas posições do Alemão. Finalmente acordou pra vida na hora certa.

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  8. Parabéns às meninas pela campanha digna, íntegra, focada, séria e louvável!

    ZR dessa vez não atrapalhou, muito pelo contrário. Merece louvor também. Acertou na convocação e substituiu corretamente, sem a teimosia e apego ora conhecidos e tão merecidamente criticados.

    Se não tivessem ficado tão nervosas, teriam ganho. Tenho certeza.

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  9. A renovação para Paris 2024 começa já nas próximas semanas. Sula será de 15 a 19 de setembro na Colômbia. Garay e Brait oficializaram as aposentadorias da seleção. Nyeme assume já agora o lugar da última. Gattaz tbm deve ter finalizado o ciclo, então é hora de botar as novas torres gêmeas Lorena e Diana pro jogo. É bem provável que Macris e Roberta continuem. Lorenne deve ser chamada pela suspensão da Tandara.

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    1. Eu acho que pro lugar da Gattaz poderia servir a Mara ou até a Mayany, não creio que o Zé vai colocar a Lorena nem a Diana pra Paris, acredito também que a Carol continue, Tandara e Natália acho que não continuam também, e no lugar da Tandara a Rosamaria entraria como titular, e como reserva a Lorenne

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  10. Não assisti o jogo por ter quase certeza q os USA iriam vencer e iria me irritar com aquelas dançinhas de deboche, mas a seleção americana realmente está muito forte, completa, a libero do nada evoluiu, opostas bem mais efetivas e até a Barstch passando bem. Mas parabenizo as meninas do Brasil, calaram a boca de muita gente, de todos que foram competir no vôlei eram as mais desacreditadas. Zé Roberto assumiu uma postura que se tivesse em 2016 talvez teríamos vencido a China. Me deixou triste a Garay não entrar na seleção do campeonato, merecia, mas tava difícil levando em conta o desempenho das americanas. As meninas do Brasil merecem o mundo, me orgulham.👏👏👏

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  11. Só passo dar os meus parabéns as Meninas e ao Zé Roberto!!!
    Esse time chegou desacreditado e conseguiu a Medalha de Prata!!! Vale muito!!! Meninas e o Zé Roberto calaram novamente a boca dos técnicos de sofá e das viúvas!!!
    Parabéns por essa Prata!!!
    Nesse momento os EUA estão em um nível superior!!!
    Acredito que devemos continuar nosso estilo de jogo rápido e com as centrais, mas devemos treinar alguém para ser a atacante de s bolas altas estilo da Gamova....precisamos disso....que pena a Ana Cristina ser ponteira, o Zé ou quem assumir a seleção deveria colocar ela pra ser oposta e treinar só bola altas com bloqueio montado... é a única coisa que eu acredito que faz falta no Brasil!!!
    Novamente, Parabéns Meninas e Zé Roberto!!!
    Valeu Brasil!!!
    Valeu a Prata!!!

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    1. Problema é que o Brasil atualmente não tem uma oposta que é derruba as bolas nível Boskovic, Egonu, Kim, Ting Zhu… quem tá derrubando as bolas atualmente é a Garay e a Gabi, só que não contaremos com a Garay no próximo ciclo, então provavelmente essa vaga fica pra Ana Cristina. Mas acredito que mesmo sem a Garay e Brait o Brasil possa levar mais uma medalha pra Paris

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