A última chance: como a China ainda pode escapar da eliminação na Olimpíada

Existem seleções que comemoram a participação em uma Olimpíada e existem seleções que querem vencê-la. O caso da China, desde sempre, foi o segundo. Nos últimos 5 anos, a seleção de Lang Ping se preparou para ser campeã dos Jogos pela quarta vez - e isso pode descer pelo ralo na madrugada deste sábado.

A China entrará contra a Itália, melhor seleção do Grupo B até aqui, para tentar sua última cartada na corrida para avançar às quartas de final. O inesperado fracasso contra a frágil Rússia, quando foi derrotada por 3 sets a 2, a colocou nesta situação.

Mas afinal: quais são as possibilidades para a China?

Chinesas se afundaram após derrota improvável para a Rússia (Foto: FIVB)

A última chance da China

Obviamente, o primeiro passo é também o mais difícil: vencer obrigatoriamente a Itália. E o ideal é que isso seja feito em 3x0 ou 3x1 para ter mais chances. Depois, a parte teoricamente mais fácil é bater a Argentina na segunda-feira. Itália e EUA já estão classificados, a briga da China é com Rússia e Turquia.

Embora esteja em 3º lugar, a Rússia deve ser o alvo mais fácil. As russas têm 2 vitórias e 5 pontos, mas ainda enfrentam Estados Unidos e Turquia. O caminho mais fácil para as chinesas é que as russas percam os dois jogos e aí elas só precisariam de seus 6 pontos para ficarem em quarto.

 

Também é possível para a China ultrapassar a Turquia, mas mais arriscado. As turcas têm 1 vitória e 4 pontos e enfrentarão Argentina e Rússia. Considerando a fragilidade argentina, devem chegar a 2 vitórias e 7 pontos na próxima rodada. Esse é exatamente o máximo que a China pode ter: 2 vitórias e 7 pontos, cenário que levaria o desempate ao set average.

Quem entra no caminho da China é a invicta Itália, seleção que costuma dar trabalho às orientais (Foto: FIVB) 

Tudo ou nada: o que a China pode mudar?

Acabou a brincadeira para a China. Se quiser ter chance, tem que derrubar a Itália hoje, seleção contra a qual as chinesas têm dificuldade histórica para vencer. O primeiro ponto, independente de qualquer coisa, é deixar Ting Zhu fora da quadra. Essa nem é uma questão tática, mas humanitária.

Até mesmo porque sim, a China tem a dupla Li e Zhang que podem assumir as pontas, sendo que Gong pega o passe de Li. Deu errado? Liu XT e Liu YH estão no banco para isso, levou, tem que usar, ainda que estejam em forma inferior. Se virem!

Sacrifício de Zhu não vem dando em nada e Lang Ping precisa escolher deixá-la no banco. Tem opções para isso (Foto: FIVB)

Supostamente, a central Ni Yan também vem sentindo uma lesão. A China não sofre para resolver e eu ainda sugiro usar Yuan na rede de três e Yang na rede de duas. Além disso, a China precisa arriscar no saque. Esse flutuante deu à Rússia a tranquilidade que elas precisavam para jogar.

Se eu acredito na ressurreição da China? Sinceramente não, dificilmente ela escapará da Itália hoje. Mas ela já fez isso antes, perdendo as três partidas iniciais e virando em 2016, sendo que todo mundo sabe o final. Nunca é bom subestimar uma grande seleção em sufoco e nós aprendemos isso em Londres.