Ultrapassado e injusto, ranking da Superliga não deveria existir em uma grande liga

O Brasil deve ser o único país do mundo que escolhe conscientemente ter uma liga mais fraca do que poderia. O ranking é a prova disso: por 5 votos a 4, os times decidiram manter essa estapafúrdia e bizarra restrição na nossa Superliga.

Não vejo a necessidade de criarmos um sistema para equilibrar os times. De qual equilíbrio falamos? Sabemos que Turquia, China e até a Itália tendem a oferecer muito mais por nossas jogadoras do que os próprios clubes brasileiros. Mas quem deveria decidir aonde ficam e para onde vão são elas e não uma lista tosca de uma federação.

De todas as ligas que acompanho, não me lembro de ver algo parecido que segrega as jogadoras do próprio país. O mais próximo disso vem da liga tailandesa que tem uma restrição de 4 ou 5 jogadoras da seleção. Com todo respeito do mundo, até a pequena liga tailandesa, que dura praticamente metade da Superliga, é mais consciente. 

Atualmente na Turquia, Natália e Gabi são jogadoras restritas ao ranking (Foto: FIVB)


Eu me pergunto quem se favorece com isso: porque alguém se favorece sim! Não existe motivo para que esse ranking exista nos dias atuais. Estamos fadados a ter uma Superliga com menos investimento, menos destaque, menos qualidade porque 5 equipes pensam que não conseguiriam bater de frente com as adversárias? Não deveríamos estar incentivando que nossos times sejam cada vez maiores e melhores? 

Nos últimos anos, vimos times reduzindo investimento, perdendo patrocinadores. Barueri se salvou em fusão com o São Paulo FC, Bauru e Sesi só sobreviveram se unindo, o futuro do Sesc é incerto. Mas no fim das contas, quem perde são as levantadoras Dani Lins, Fabíola e Macris, as centrais Fabiana e Thaisa, as ponteiras Fernanda Garay, Tifanny, Gabi e Natália e a oposta Tandara. Incluídas nesse ranking por uma série de dirigentes que sem qualquer tipo de comprovação técnica, utilizaram-se de seu "achismo" através de votação da maioria.

Ary Graça tem razão quando diz que a China deve ser o país do vôlei. Provavelmente, nós não seremos. Que tipo de esperança podemos ter em um esporte que não consegue valorizar nem a opinião e nem o bem-estar de suas atletas. Enquanto o voleibol se expande em todos os cantos do mundo, a CBV caminha incessantemente a dolorosos diretamente para o retrocesso. 

Comentários

  1. É verdade Gustavo estamos em pleno ano de 2020 e é impressionante como alguns dirigentes pensam pequeno. Na verdade o que vale pra eles não é ter uma liga profissional forte , conceituada e valorizada que atraia mais investimentos o que vale pra eles é deixar os adversários mais fragilizados . Realmente as jogadoras ranqueadas são as maiores prejudicadas. Dani Lins , Fabiana e Tiffany não estão no mesmo nível de anos atrás . Se valem de nome pra dar 7 pontos pra elas, Garay é outro exemplo faz tempo que não rende como antes....Então por que dar 7 pontos? Bizarro mesmo. Uma pena pois isso mostra que estamos andando pra trás. ...Ah se o volei seguisse o modelo da NBB.....mas a falta de união dos clubes impede isso.

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  2. "Os representantes dos dois clubes, alegando questões financeiras, não puderam comparecer, mas em nenhum momento deixaram de participar do processo e votar. O mais grave é que a CBV não avisou que a ausência tiraria o direito de voto. Barueri e Curitiba enviaram via email com suas respectivas posições que foram desprezadas. Renato D'ávila, dirigente da entidade, aceitou a sugestão do Rio, maior interessado, que pediu que os votos dos ausentes fossem descartados."

    Por que não tem ngm do Barueri e do Curitiba para ir em uma reunião importante dessas e como usam 'questões financeiras' para explicar as ausências? VSF!

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    1. O problema é que o voto por email foi enviado antes e aceito, mas na sessão, por pressão do Sesc Rio, foi negado esse tipo de voto. Se era obrigatória a presença, não tivessem respondido "voto acatado" e avisado da presença obrigatória. Como o Zé disse, se era obrigatório, ele teria ido. Mas fizeram questão de não avisar com antecedência.

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  3. Ninguem pensa nos times pequenos!! Por isso falam isso!!!

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    1. Penso da mesma forma! Os fãzinhos só pensam nos times 'grandes', onde as atletas preferidas deles jogam.

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    2. Eu penso nas jogadoras também, tem uma carreira curta, precisam de clubes com estrutura, mas por causa do ranking não podem jogar no Brasil. Quanto aos times pequenos, vão continuar pequenos, seja com ou sem o ranking. É assim no futebol, no vôlei internacional, no basquete, etc.

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  4. O povo do Instagram está dizendo que o Bernardinho é a favor do ranking por causa do corte de verba.

    Ele já era a favor do ranking com Logan Tom, Natália, Sarah Pavan e Fofão no time.

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    1. Sim! E isso só mostra o mesquinho e egoísta que ele é. É o tipo de pessoa que pensa: "se não dá pra mim, não dá pra ninguém". Ele quer o time dele com jogadoras boas e o resto que se dane.

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    2. Ser a favor é uma coisa, agora criar regra pra votação durante a sessão não dá. Curitiba e Barueri votaram contra o ranking, mas por questões orçamentárias, não foram pro Rio e votaram por e mail, mas na sessão da eleição, Sesc e Bauru pressionaram pra que esses votos não fossem aceitos. Mas ninguém avisou isso antes da sessão, só na hora. Zé Roberto e o Curitiba já pediram revisão ou nova sessão, alegando falta de comunicação e de definição de regras. Se os votos do Barueri e de Curitiba fossem aceitos, o ranking teria sido extinto.

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  5. A capitã do Vakif é a 4ª central flopada. O motivo deve ser longevidade no clube, só pode ser kkk.

    Eu vi hoje o jogo de volta entre Vakif x Moscow pelas quartas da Champions . É impressionante como o time russo joga o tempo inteiro com passe estourado, meu Deus. Carlini chegou ao fundo do poço ao ser substituída na maior parte do jogo pela Babeshina KKK; Efimova e Fetisova completamente apagadas; Shcherban PÉSSIMA; Goncharova mais desanimada do que de costume. Só não entendi pq a Havelkova não entrou no lugar da Shcherban que estava fundando o Moscow em quadra.

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    1. Ao invés de sacar na Bartsch, o Moscow mirou muito na Gabi que entregou quase tudo na mão da Maja. É a brasileira que faz o time jogar, pq tá varrendo o fundo de quadra na recepção e na defesa. Haak foi uma bela contratação, está muito melhor do que a Sloetjes.

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  6. Pior foi a forma dessa eleição. Curitiba e Barueri votaram contra o ranking por email, mas seus votos não foram computados porque (pelo que dizem) Sesc e Bauru não aceitaram voto virtual, apenas com presença. Mas Zé Roberto disse que não foi avisado da obrigatoriedade da presença e que chegou a ter retorno por email que o voto tinha sido computado e nada de informar sobre a presença obrigatória. Thaisa disse que Sesc e Bauru pressionaram os membros da reunião pra não acatar os votos virtuais, na própria reuniao. Com esses dois votos, o ranking teria sido extinto, considerando os votos do Barueri, Curitiba, Praia, Minas, Osasco e comissão das atletas. Seria 6x5. Mas deu 5x4.

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  7. "que escolhe conscientemente ter uma liga mais fraca do que poderia..." Cê jura que se não tivesse mais o ranking a Superliga seria mais forte? Ah vá. Até parece. Todas as 'grandes' e mais caras jogadoras estariam concentradas nos (hoje) quatro ou cinco principais times da competição brasileira. Todo ano é esse mimimi de vcs, já deu.

    "Não deveríamos estar incentivando que nossos times sejam cada vez maiores e melhores?" Tu fala isso como se fosse fácil para os times menores conseguirem patrocínio e investimento alto, né? Faça-me o favor!

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    1. E com o ranking, está dando resultado? No masculino, não tem ranking e é muito mais "equilibrado". Na Turquia, Itália, Rússia não tem ranking e também é a mesma coisa, só quatro ou cinco equipes são realmente competitivas. Mas no Brasil se vive se ilusão.

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  8. Dani Lins, Fabiola e Tandara não deviam renovar contrato com o sei atual time em forma de protesto.
    Quero ver se alguma delas vai falar alguma coisa como a Thaisa falou por exemplo.

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    1. E vão jogar aonde? Menos hipocrisia galera...

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    2. O que não falta por aí é times querendo a Fabiola e a Tandara, a Fabiola por exemplo é sonho do Praia há umas 2 temporadas e Tandara joga em qualquer time que ela quiser no Brasil ou no exterior

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  9. Apesar de ser contra o ranking, acredito que com fim dele, diante do pouco investimento no voleibol, a Superliga seria reduzida a 3 ou 4 Super Equipes. Nada diferente do que é hj, porém equipes como Pinheiros, São Caetano, Flamengo, Fluminense, Brasília, Curitiba, etc sequer entrariam na competição. Participar da Superliga B seria mais interessante. Uma pena. Descaso total.

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    1. Alguns projetos não miram os títulos, mas aspectos como divulgação da marca, formação de atletas, tradição, etc.

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  10. Gente se o ranking sempre existiu como é que o Osasco em 2012 tinha a seleção brasileira quase toda no elenco???

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    1. Na época podiam 3 jogadoras de 7 pontos por equipe que eram a Sheilla, Thaísa e Jaque. Garay valia 6 pontos e só passou a ser ranqueada com pontuação máxima na temporada seguinte que foi quando ela saiu do país. As regras eram diferentes também, a Fabíola valia 6 pontos, a Adenízia valia 6, uma espécie de bonificação por ter vindo da base e a Brait 5.

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    2. Nessa época, também, exceto pro caso de 7 pontos, valia a pontuação da jogadora na época da contratação. A Adenizia, por exemplo, como era da base do Osasco, não tinha pontuação pro Osasco, apenas se fosse trocar de time.

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  11. Não quero defender nem A nem B, mas o que diz o estatuto? votações não presenciais são válidas segundo um documento de regulamentação ? O que diz a ata de reunião do dia da votação? todos concordaram com a situação?

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    1. Pelo visto, não tem estatuto, porque a CBV já teria explicado isso ou impossível o Zé não saber disso. Quanto ao fato do "de acordo" da Ata, não vai resolver nada porque quem foi prejudicado não estava presente.

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    2. Com certeza ha um estatuto sim, qualquer organização é a obrigada por lei a ter. quanto a ata é importante sim para saber se todos estavam de acordo em fazer a votação sem os presentes, se assim for permitido.

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  12. Pow Gustavo "e até a Itália tendem a oferecer mais"´, esse " e até" foi pesado.
    A Itália tem a melhor liga de clubes e talvez o melhor time, Conegliano.
    Acho que o mais sensato seria Tuquia, Itália e até a China.

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  13. Pra quem é de Twitter, essa thread aqui, acho que é do ano passado, deixa muito claro que o ranking NUNCA funcionou.

    https://twitter.com/HomemCarneiro/status/1113177419735859200

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  14. Assim como a imprensa especializada não questiona o Zé Roberto a respeito das convocações da seleção feminina, alguns jornalistas também se calam e não questionam a CBV sobre essa virada de mesa que aconteceu na reunião sobre a manutenção do ranking. Parabéns Gustavo por expor a tua opinião e se posicionar. Acompanho alguns blogs de vôlei e quase ninguém opina sobre esse absurdo. Só dão a notícia e fica nisso. Lamentável!

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  15. Enquanto As Jogadores ficarem Só de Reclamação nas Redes Sociais, ano após ano, nada mudará, ta na hora de terem medidas mais drasticas, como Boicotarem a Seleção, se essas que vao as Redes reclamara, por exemplo negassem a Convocação para Olimpiadas, com certeza a CBV voltaria atrás...

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    1. Concordo. Todas reclamam mas não fazem nada para mudar a situação. Boicotem a seleção e não assinem contrato com os times que votarem a favor do ranking.

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  16. A ideia em manter o ranking (2 jogadoras 7 pontos) e permitir 3 estrangeiras, não faz sentido no discurso de manter o equilíbrio entre as equipes, só prejudicam as jogadoras brasileiras. Todas as jogadoras de 7 pontos deveriam pedir dispensa da seleção brasileira, se for mantido o ranking.

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  17. Fizeram dois anos seguidos, em 2018 e em 2019, votação por ee-mail, agora para ferrar oo São Paulo Barueri, o Curitiba e as jogadoras, resolvem não computar os votos por e-mail? Que canalhice!

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