Se houve algo que aprendi nos últimos anos foi a nunca desrespeitar lendas. Não existe "velha demais" ou "não é capaz" para uma lenda. Às vezes os joelhos doem, a potência no ataque é reduzida, às vezes elas nem são mais o destaque absoluto de suas esquipes. Mas lendas são sempre lendas.
Eu achei que depois de 2016, no inesperado título do Pomì Casalmaggiore, eu nunca mais precisaria escrever sobre a maior campeã da história da CEV Champions League como campeã novamente. Assumo e aceito meu erro: 40 anos, 1m84, heptacampeã do Europeu, Francesca Piccinini venceu seu sétimo título ontem, 18, em Berlim, no mesmo ginásio em que foi campeã mundial com a Itália em 2002.
Paola Egonu, MVP em 2019, e Francesca Piccinini, maior campeã da história do torneio (Foto: CEV) |
Não tem como não dar destaque à ela nesse post: são oito finais disputadas e sete delas sagradas como campeã, como titular. Longe de ser uma grande atacante na atualidade, varreu o fundo de quadra do Novara contra o Conegliano ontem e levou um título inesperado, segurando o passe.
Que dia do Novara, o título mais importante de sua história que nem é tão grandiosa assim. E nada de muito diferente fez o time, mas Michelle Bartsch guardou sua melhor apresentação para esse dia. Finalmente a americana resolveu fazer o que se esperava dela, já teve grandes atuações no ataque, mas dessa vez nem no passe comprometeu. E nem foi a melhor atuação de Paola Egonu, nesse sentido o Conegliano fez sua parte.
Boa atuação de Bartsch foi um dos destaques na vitória do Novara (Foto: CEV) |
Mas aliás, o que deu errado no Conegliano? Todo o time jogou mal, eu só excederia as centrais. Mas o que faltou para que Santarelli tirasse Miriam Sylla de quadra? É uma jogadora que adoro, mas foram 4 pontos e 6 erros em 4 sets. O que Barbolini tem de excesso nas trocas desinteligentes, Santarelli tem em conservacionismo, até mesmo na demorara para trocar Samantha Fabris por Karsta Lowe. O dia não era das panteras: Kim Hill mal conseguia virar, Wolosz insistindo com ela em pipes que nunca funcionaram. Salvo a exceção para as centrais, Danesi e De Kruijf foram muito bem e Wolosz cresceu durante a partida usando-as. Mas não adiantou - o dia era do Novara, que teve até mesmo Carlini em uma boa atuação.
Dia ruim das extremas do Conegliano não permitiu vitória sobre o grande rival (Foto: CEV) |
O título é o primeiro do Novara, consagrando a fenomenal Egonu - que deixa o Novara rumo ao Conegliano - como MVP.
CEV Champions League - Final
Igor Volley Novara 3 x 1 Imoco Volley Conegliano (25-18, 25-17, 14-25, 25-22)
NOV: Carlini (4), Chirichella (7), Piccinini (3), Bartsch (21), Veljkovic (5), Egonu (27) e Sansonna (L). Camera, Plak, Nizetich, Bici, Zannoni.
CON: De Kruijf (11), Danesi (12), Fabris (1), Wolosz (4), Hill (10), Sylla (4) e De Gennaro (L). Bechis, Fersino, Lowe (16), Tirozzi, Moretto.
Classificação Final
- Novara
- Conegliano
- Fenerbahçe e Vakifbank
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- Stuttgart, Moscow, Eczacibasi e Scandicci
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- Budowlani e Kazan
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Comemoração do Novara após o título (Foto: CEV) |
Estava mais do que evidente a "ressaca" das panteras pelo título do italiano. Acho que Kosianenko conseguiu perder o posto de levantadora mais previsível do voleibol mundial para a americana, ou bola para Egonu ou bola para Bartsch que finalmente desencantou.
ResponderExcluirSylla fazendo 1 ponto por set, mostra que sua atuação no Mundial foi um ponto fora da curva, a verdadeira Sylla é aquela do jogo contra as sérvias. A meu ver Fabris ainda seria melhor opção que a pipoqueira Lowe. Piccinini truqueira mas muito competente no que lhe é cobrado, o fundo de quadra.
Achei que o técnico deveria ter voltado com a Fabris no quarto set, quando a Lowe parou de virar bola.
ExcluirA Sylla conseguiu ser pior que a Busa na final do mundial
ExcluirTanto tempo que não ouço falar em Kosianeko, por onde estarás.
ExcluirVou ter que defender a Carlini. No Novara só três atacantes são efetivas: Veljokvic, a Bartsch e Egonu. Piccinini é só toco ou largada e Chirichella é só bola pra fora. Se não tem passe na mão, não tem bola para a central sérvia (Carlini não é a Maja) e a ponteira norte-americana nem sempre tem atacado com facilidade. Então, é bolão na saída para Egonu. O time do Novara chegou longe demais pela formação razoável.
ExcluirAgora é a minha vez de defender a Busa, que segurou um baita rojão nesse Mundial, pois Mihajlovic era escondida do passe quase o jogo inteiro, então ela e a Tássia sérvia (impecável nesse Mundial) tinham meia quadra passar e não é fácil para uma jogadora jovem como ela, foi uma baita guerreira.
ExcluirEntão, a galera zoa a Busa, mas se considerarmos que ela estava passando metade da quadra para livrar Brankika desta função, ela foi bem. A função dela no time não é ser decisiva.
ExcluirA Sylla é outra história. A ponteira de composição é a Bosseti, Sylla tem função de definir (mas, se sente pressionada na hora decisiva).
Esse ano, tanto no masculino quanto no feminino, só teve o MVP, né?
ResponderExcluirSylla tbm foi mal na final do Mundial. Ela não passa bem e sente a pressão nesse tipo de jogo decisivo. Mas a grande decepção do Cone, ao meu ver, foi a Fabris. Uma oposta sumir da partida daquele jeito e bancar para a Lowe não é normal. Novara ganhou pq a Bartsch resolveu reviver os dias de VNL e ajudou a Egonu na definição.
Quando o jogo começou e Bartsch fez vários pontos seguidos eu pensei, hoje o hit vem. E veio.
ResponderExcluirImpressionante como as extremas do Conegli estiveram mal.
O Novara não perdoou a derrota no italiano, veio pra vencer. Apesar que acho a Carlini muito limitada, ela conseguiu fazer o que se espera minimamente bem, as outras jogadoras merecem o prêmio.
ResponderExcluirEm que site posso assistir a esses jogos o europeu? ou até de outros campeonatos..Não sei se o LAOLA ainda transmite e a Bandsportes tb parou.
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