A China que a gente esperava, mas que chegou tarde demais

Um bom fã de voleibol que não se incomode com rivalidade, sentiu o baixo nível da China na Olimpíada. Ainda me arrisco a dizer que se não fosse a vitória da Rússia contra os EUA, a China estaria viva na disputa.

A China que vimos contra a Itália é a seleção gigante que esperávamos. Eu sei que muitos vão creditar a lesão de Zhu como o motivo de decadência da China. Eu diria que é o principal motivo, mas não o único. Favorita desde o início de tudo, a verdade é que a China não resistiu à pressão.

Já eliminada, China comemora a primeira vitória na Olimpíada (Foto: FIVB)

Esporte não é só habilidade técnica, é jogo psicológico também. Não tenho dúvidas de que a China poderia vencer vários jogos que perdeu, mesmo sem a sua principal jogadora. Tem bola para isso! Provou ao derrubar a invicta Itália por 3 sets a 0.

Sem pressão, sem precisar vencer, sem jogadoras machucadas se sacrificando, vimos a melhor China em Tóquio. Zhu com a lesão no pulso e a central Yan com dores no ombro, ficaram no banco. Ding também não jogou. E assim, deu tudo certo.

Mas é tarde demais para Lang Ping. Agora, a China vai buscar se reconstruir de um dos maiores vexames da história dos Jogos a fim de conquistar o único título que falta a essa geração: o Mundial. E por mais irônico que isso pareça, elas virão fortes, agora, mais longe do favoritismo.