A confusão tática, o drama e as opções do Sesc-RJ ainda nesta temporada

O momento não é bom para o Sesc-RJ. Em todos esses anos acompanhando voleibol, eu não esperava criticar taticamente um time comandado pelo lendário Bernardinho, mas esse dia chegou. O Rio entra em quadra hoje pela oitava vez na Superliga, quando enfrentará seu arquirrival Osasco Audax. O desempenho do time não é dos melhores: 5 vitórias (3 delas no tie-break) e 2 derrotas consecutivas, 12 pontos. Ocupa o quarto lugar porque times tem menos jogos que o maior campeão da história: o Minas, com três partidas a menos, tem os mesmos 12 pontos e o Curitiba passa à sua frente com 13.

Para quem se acostumou a ver o Rio invicto e passando com facilidade pelos adversários mais fracos (ou não), essa é uma temporada atípica. Mas convenhamos: nunca vimos um elenco do time carioca tão frágil na recepção. O "peso" principal da equipe tem nome 'brasileiro' e sobrenome russo: Tatiana Kosheleva. Minha intenção não é menosprezar a jogadora, todo mundo sabe a força russa e a impulsão de Tanya, mas todo mundo conhece também sua maior fraqueza, a recepção. Kosheleva não passa! Essa é a melhor definição. Até a oposta Goncharova é melhor nesse fundamento do que ela.

Tatiana Kosheleva assume passe na frente de Gabiru (Foto: reprodução)


A ideia de Bernardinho foi usar de Monique no passe, mas já advirto - esse sistema não funcionou com duas das melhores opostas da história, Lioubov Sokolova no Dínamo Krasnodar e Neslihan Demir no Eczacibasi, posteriormente no Galatasaray. Sempre soube que Monique não seguraria o passe por muito tempo, mas foi mais rápido do que pensei. Ainda falando de Kosheleva, nos clubes em que não passava, jogava em seu auge, entretanto, ao lado de ponteiras como Fernanda Garay e Jordan Larson. No Rio a ponteira de composição é Yonkaira Peña, que nem de longe domina esse fundamento. Finalizamos a poção com Gabiru de líbero e a pesada missão de substituir a lenda Fabí Alvim. A linha de recepção formada por Kosheleva, Peña, Monique e Gabiru realmente assusta e não é composta por nenhuma exímia passadora.

O desejo de Bernardinho com certeza era usar Drussyla, mas isso vai demorar muito. A ponteira chegou da seleção brasileira com uma fratura na canela e o esperado é que volte às quadras somente entre o final de março e o início de abril, ou seja, provavelmente após a fase classificatória. Dor de cabeça gigante para Bernardinho. 

As opções do Sesc

Vamos lá, o Rio precisa de uma boa passadora. Ela não pode ter contrato ativo com nenhuma equipe e nem ser estrangeira, já que o Rio tem duas. Nem precisa ser guru para citar a melhor opção, né? Os rumores são de que Bernardinho tem interesse em Jaqueline Carvalho, mas o acordo ainda não estaria fechado. Coincidência ou não, a ponteira viajou para o Rio hoje, onde acontece o clássico. Jaque disse que foi a motivos profissionais para fazer um curso - mas a gente acha que ela vai almoçar com Bernardo. A ponteira já atuou com Bernardinho por duas temporadas e em uma delas foi campeã nacional (05/06). Ao que tudo indica só depende de Jaque!

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Torcida carioca acredita em retorno histórico de Jaqueline ao Rio (Foto: reprodução)

Há outras opções, como repatriar alguma atleta. Existem ponteiras brasileiras em ligas menores, como Franciele Stedile (ex-Rio do Sul) na Grécia, Amábilie Koester (ex-Sesi) no Peru, Maiara Basso (ex-Minas) na Alemanha ou até mesmo um antigo medalhão do Rio, Regiane Bidias, vice-líder do Polonês com o LKS Commercecon. Claro, todas essas jogadoras têm outros contratos ativos e dependeriam de um empréstimo de seu time atual. 

Sinceramente, acredito que Bernardinho espantará a má fase e voltará a ter um time combativo. Não sabemos se o Sesc fará, de fato, novas contratações, mas estamos de olho. A Superliga continua hoje com mais três jogos. Confira:

8ª RODADA DO TURNO

14.12 (SEXTA-FEIRA) – Sesc RJ x Osasco-Audax (SP), às 20h, no Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ) – SporTV 2

14.12 (SEXTA-FEIRA) – Dentil/Praia Clube (MG) x Hinode Barueri (SP), às 19h, no Praia Clube, em Uberlândia (MG) Globoesporte.com

14.12 (SEXTA-FEIRA) – Curitiba Vôlei (PR) x Fluminense (RJ), às 20h, no Univ. Positivo, em Curitiba (PR) Canal Vôlei Brasil

16.12 (DOMINGO) – São Cristóvão Saúde/São Caetano (SP) x Sesi Vôlei Bauru (SP), às 18h, no Lauro Gomes, em São Caetano (SP)

15.12 (SÁBADO) – Balneário Camboriú (SC) x Minas Tênis Clube (MG), às 20h, no Multieventos Hamilton L. Cruz, em Balneário Camboriú (SC)

04.12 (TERÇA-FEIRA) – BRB/Brasília Vôlei (DF) 3 x 0 Pinheiros (SP), às 20h, no Sesi Taguatinga, em Brasília (DF) – (25/20, 25/23 e 25/16)

Comentários

  1. Gabiru, Léia e Suellen, disputa quem é a pior! pelo jeito elas estarão na seleção ano que vem.

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    1. A Leia tá bem mas não volta pra seleção

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    2. Léia dá de goleada nessas aí, tanto na defesa quanto na recepção!

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  2. Se a Drussyla voltar apenas em meados de Abril, o Rio de Janeiro vai sofrer até pra passar pelas quartas, visto que o final do returno está programado para 15 de Março. Mesmo que a Jaque seja contratada, até pegar ritmo demora um pouco pois está desde Março desse ano sem jogar e estava treinando como líbero. Ou seja, o Rio tem o time mais frágil da história e corre o risco de ficar fora até das semifinais caso o quadro não mude.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Por mim, voltava Gabiru na ponta junto com Koshe com Kasy entrando para sacar bo lugar da Koshe, e efetivava a Peña na saída.

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  5. E por que não usar Kasiely como oposta-passadora?

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  6. Tocoline Endres, atriz indicada ao Oscar por melhor atriz dramática, RAINHA MARAVILHOSA, sempre escolhe quando e onde quer jogar. MVP da final olímpica 2012, quem é a chicleteira Larson diante de você?

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  7. Jaqueline em sua melhor forma física e técnica é a melhor ponteira passadora, ao lado de Sokolova, da última década. Se ela voltar jogando o que jogou recentemente pelo Minas, vai consertar a linha de passe e defesa do Sesc. Por enquanto, eu colocaria a Koshe na saída, a Gabiru voltaria como ponteira e daria espaço para a menina que é reserva como líbero. Ao menos daria uma mexida no time. Roberta também está ruim, não é nem pelo nível da recepção, mas me parece que ela está em declínio e isso pôde ser percebido desde o mundial.

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    1. Kosheleva não ataca bem na saída de rede. Se fosse seria fácil. Era só virar oposta, já que não sabe passar. Não acho que Jaqueline seja a solução para os problemas do Rio.

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  8. Bernardo tem que colocar Vitoria e Kasiely nos lugares de Gabiru e Monique, deixando Kosheleva e Pena livres para atacar.

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  9. Acabei de ver assistir o jogo Sesc contra Osasco e me pergunto como o sr LUIZOMAR DE MOURA ainda mantem o cargo de tecnico.

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  10. Ruimzomar conseguiu perder uma Superliga com a seleção brasileira campeã olímpica, traduzindo com aquele embuste nem o tripé Zhu-Bosko-Kim vingaria.

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  11. Detesto o Sesc, porém ver Jaqueline jogar é incomparável. Agora, ver Osasco ser deteriorado não tem preço ahahaha.

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  12. Pra quem nunca foi utilizada, efetivamente, como passadora e tendo que cobrir boa parte da quadra a Monique está se saindo muito bem! Na maioria dos jogos ela é a que recepciona a maior quantidade dos saques. É um esquema muito diferente de quando, por exemplo, a Tandara jogou de ponteira em Osasco, onde sempre tinha alguém pra cobrir ela.

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