LNV: Turquia abre 2 a 0, mas Bartsch sai do banco e comanda virada dos EUA

Estados Unidos e Turquia protagonizaram um grande jogo na Liga das Nações nesta quarta-feira (27). As turcas começaram vencendo a partida por 2 sets a 0, com grande atuação, mas sentiram. Sentiram principalmente uma das boas alterações de Karch Kiraly: o nome dela é Michelle Bartsch.

Bartsch ataca por cima de duplo de Erdem e Ozbay (Foto: FIVB)

Se Kiraly e os EUA querem título, o estrelismo vai ter que ir para o banco, é Bartsch e mais cinco em quadra. A ponteira entrou no jogo a partir do final do terceiro set para mudar o jogo e sair de quadra como a maior pontuadora. Mas vamos por partes, primeiro, falemos dos dois sets iniciais em que os EUA perderam. As americanas têm uma dificuldade enorme na definição, que não é suprida pelas opostas. Mas Murphy até fez uma partida decente, mesmo nos sets perdidos e Kiraly apostou em manter Larson na ponta. Fez bem, ela passa melhor, mas é discutível como titular. Eu optaria pela dupla de ponteiras que ganhou o jogo hoje, Bartsch e Larson. 

Quem também foi para o banco foi Lloyd e a primeira surpresa foi a grande partida de Hancock. Aliás, me retrato, a segunda levantadora dos EUA fez um grande italiano, mas ainda não tinha feito uma partida decisiva na seleção. Hancock tem mérito por não ter sido burocrático, não ter ficado insistindo com Larson e Akinradewo que não estavam rodando. Já diziam os bons conhecedores do esporte: objetividade é característica imprescindível para uma levantadora. E Micha entendeu isso hoje e deu a Bartsch a responsabilidade de comandar o setor ofensivo. E eu não poderia deixar de citar a grande atuação de Dixon, entrando com moral na partida. Nem acho que Gibbemeyer tenha jogado tão mal, terrível mesmo foi Akinradewo, titular nos cinco sets e fez 5 pontos, pelo menos 2 de xeque. Dixon fez 12 em menos de três jogados, foi a melhor central americana em quadra e um ganho importante para a seleção.

Banco da seleção americana entrou em quadra para reverter placar (Foto: FIVB)

Mas podemos nos perguntar: como a Turquia tomou essa virada? Inicialmente deixo claro que falamos da grande surpresa da LNV, junto à Polônia. Mas a Turquia tem problemas evidentes e o bom resultado passa pelas mãos de Meliha Ismailoglu, maior pontuadora turca com 18. E olha que em tese essa nem é uma obrigação dela, que é vista como uma ponteira de preparação - mas é a mais completa da atualidade. A oposta Boz varia bons e maus momentos, Karakurt é crua e precisa controlar seu jogo - como na bola que começou a gritar enquanto Hancock botava para cima e Murphy concluía. A rede de três turca tem Ercan, uma ótima passadora quase nula no ataque. Hoje foi um ponto em 13 tentativas e Guidetti apostou em Baladin. Eu sinceramente considero Baladin a melhor atacante turca, até melhor do que as opostas, mas ela dá muito prejuízo no passe, o que justifica estar no banco. Foi justamente isso que pesou no tie-break, na recepção entre ela e Akoz. Antes de encerrar, deixo claro que Erdem é uma das melhores centrais do mundo e hoje fez três lindas defesas consecutivas, uma delas de peixinho - sim, ela deu um peixinho do fundo ao meio da rede.

Meliha Ismailoglu foi a principal pontuadora turca na partida (Foto: FIVB)

O resultado mostra como fator defensivo americano aliado a uma definidora faz diferença. Sorte dos adversários dos EUA que elas não têm uma grande oposta como Hooker ou Fawcett. Com a vitória, as americanas jogam pressão para cima da Turquia contra a Sérvia, em jogo que acontece nesta quarta (28), às 4h de Brasília.

Liga das Nações - Grupo A do Final 6

Estados Unidos 3 x 2 Turquia (17-25, 21-25, 25-21, 25-15, 15-11)

MP: Bartsch (20), Murphy (17) | Ismailoglu (18), Erdem (14)