A quebra de uma hegemonia de mais de uma década

A última vez em que Osasco V. C. e Rio de Janeiro V. C. não participaram de uma final de um campeonato de vôlei brasileiro foi em 2001. Na época, o atual Rexona-Ades ainda era sediado na cidade de Curitiba e o clube recebia o nome de Paraná Vôlei Clube. A final em questão foi a da Superliga 2000/2001, onde o C. R. Flamengo venceu o C. R. Vasco da Gama por 3x2. Em 2003, ambas as equipes não participaram da extinta Salonpas Cup. Daí em diante, só deu Rexona e Osasco nas finais do vôlei brasileiro. Na superliga não foi diferente: se de 2002 a 2004, o Rexona não esteve presente contra o arquirrival, na última temporada Osasco assistiu a final de casa depois de 12 anos consecutivos disputando o título. Mas ontem (16), Pinheiros e Sesi fizeram história.

A equipe do Pinheiros sequer era apontada como favorita nesse campeonato. Para chegar à final, quebrou o favoritismo do Praia Clube e a invencibilidade na temporada do atual líder da Superliga, o Rexona-Ades. O clube carioca levou suas principais estrelas, decidiu não poupar ninguém. Ao contrário do Pinheiros que deixou no banco sua principal estrela: a oposta Rosamaria Montibeller, segunda maior pontuadora da Superliga. Se faltou Rosamaria, o Rexona reencontrou uma antiga aliada jogando muito do outro lado: Renatinha Colombo. O grupo do Pinheiros fez toda a diferença, jogando completo em todos os fundamentos. A defesa das cariocas se sobressaía, mas o Pinheiros não abaixou a cabeça em qualquer momento. Fofão, campeã olímpica e uma das maiores levantadoras da história do vôlei mundial, assistiu um show de distribuição da jovem Macris. Com 25 anos, a jogadora foi a oposta de Wagão para o clube há 2 temporadas atrás e de lá não saiu até hoje. A velocidade imposta pela baixinha trouxe para o jogo uma arma mortal para o Rexona: Fernanda Ísis, melhor da partida. A velocidade da levantadora com as centrais, principalmente com Fê, surpreendia o fragilizado bloqueio do Rexona. No final do jogo, Ellen assumiu a responsabilidade e se tornou a bola de segurança da levantadora. Um Rexona carregado por Gabi e com mais uma atuação decepcionante de Bruna, dessa vez não resistiu à garra do Pinheiros. Final, Pinheiros 3x1 (25/22, 25/19, 17/25 e 25/21).

Rexona não resistiu à raça do time do Pinheiros


Um pouco mais tarde, a história se repetiu: o Osasco não resistiu a seu algoz, o Sesi São Paulo e foi vencido por 3x0 (26/24, 25/20 e 25/18). O nível de voleibol que o Sesi SP vem mantendo é considerável: o time tem dois desfalques, ainda no paulista perdeu a ponteira Dayse, titular da equipe e a oposta Monique, maior pontuadora do clube na temporada até a referida lesão. A escolha da substituta de Monique foi improvável: Talmo de Freitas poderia ter escolhido Pri Daroit, que já ocupou a função em outras oportunidades. Mas segundo informações, Priscila não está 100% fisicamente. Outra opção seria a germano-brasileira Liz Hintemann, que jogou na posição por Maranhão na última temporada. Mas Talmo preferiu valer-se de uma terceira alternativa: Bárbara Bruch. A jogadora era a terceira central do time até então e assumiu a condição de oposta do time. E vem o fazendo bem, sendo constantemente a maior pontuadora do clube, como na vitória de ontem. Se o Sesi soube lidar bem com as suas lesões, Osasco parece um time destruído. Completo, já passava por dificuldades, então perdeu Dani Lins. O time demorou a adaptar-se ao estilo de Diana, mas deu a volta por cima ao vencer o tradicional Top Volley no último mês. Então, perdeu a central Thaísa e assim, a principal referência no seu ataque. Carcases, Mari, Gabi e Samara fazem um jogo de inconstância e erros pelas pontas do time. A que se salva no quesito recepção, é completamente deficiente no ataque. Mesmo tão criticada, é Ivna que vem sendo a referência do time e foi assim no jogo de ontem. Já a Mari do Sesi, saiu do banco para assumir com glórias a posição de titular. Carol Albuquerque está em fase sensacional e é sem dúvidas uma das melhores levantadoras da temporada. A vida dela é facilitada quando Bia, jogando muito, torna-se opção de ataque e não só de parada dos intentos adversários. Osasco vem perdendo espaço como um dos melhores times do país e quando tem a gigante Fabiana pela frente, o time respeita.

Sesi se impôs, sem dar chances ao Molico Osasco

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